Entre o “absurdo” de criminalizar e a regulação dos mercados: que caminho para as drogas?

Rui Moreira quer criminalizar o consumo feito nas ruas. Comunidade científica rejeita, em peso, a ideia. Como se combate, afinal, o fenómeno? O modelo português, as falhas e um cheirinho de futuro.

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No início do ano, Câmara do Porto fez uma operação de limpeza num acampamento onde viviam 26 consumidores de drogas, junto ao bairro da Pasteleira José Sérgio

Jorge Quintas conheceu as costuras de uma prisão quando o consumo de drogas era considerado um crime. Nos anos 90, a trabalhar como técnico no estabelecimento prisional de Santa Cruz do Bispo, em Matosinhos, testemunhou a “entrada maciça” de jovens a quem a liberdade dificilmente seria roubada por outros motivos. Por essa altura, quase metade da população prisional portuguesa respondia por crimes relacionados com drogas – embora, para muitos deles, a solução não estivesse na prisão, defende: “É absurdo colocar sob a alçada criminal muitas destas pessoas. Não se resolvem assuntos sociais com a criminalização.”

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