Fenprof garante que não abdica de linhas vermelhas estipuladas pelos professores
Na quinta-feira haverá nova ronda negocial entre os sindicatos e o Ministério da Educação. O líder da Fenprof congratulou-se por o encontro ser com “uma mesa negocial única”.
O secretário-geral da Fenprof disse esta segunda-feira em Leiria que há linhas vermelhas de que a federação sindical não irá abdicar na negociação com o Governo na quinta-feira, estando agendado um encontro entre sindicatos para definirem uma posição.
Mário Nogueira acompanhou a manifestação distrital marcada pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof) para Leiria, onde enumerou várias "linhas vermelhas", que considera serem inultrapassáveis para os professores.
“Posso enumerar três: haver vinculação de professores em que os mais graduados, com 15 e 20 anos de serviço, ficam de fora e outros colegas, com quatro ou cinco anos, possam vincular. Estes devem vincular, mas os outros também. Professores efectivos dos quadros das escolas que passem a ser professores de QZP [Quadro de Zona Pedagógica], podendo os directores decidir a sua colocação em outras escolas. Continuar a não querer contar o tempo de serviço dos professores”, destacou.
Mário Nogueira apontou ainda reivindicações que estão “num vermelho tão escuro que ninguém poderá por o pé”, como “continuar a impedir a progressão com vagas e a aplicar quotas na avaliação, mobilidade por doença, técnicos especializados”.
Na quinta-feira haverá nova ronda negocial entre os sindicatos e o Ministério da Educação. O secretário-geral da Fenprof congratula-se por o encontro ser com “uma mesa negocial única” com os principais sindicatos presentes.
Fenprof espera que o “Governo deixe de não querer ouvir" professores
“Pensamos que isso dá mais força às organizações. Poderemos ir falar a uma só voz. Se for só uma mesa, e não quatro como até aqui, ganham os professores. Fizemos muita questão que assim fosse e finalmente a partir de agora, dia 2, assim vai ser”, afirmou.
Nesta ronda negocial, Mário Nogueira espera que o “Governo deixe de não querer ouvir esta pressão dos professores”.
“Se o Governo souber ouvir estou completamente certo que terá de alterar algumas posições e de perceber que os professores do continente não são diferentes dos professores da Madeira e dos Açores, que estão, e bem, a contar o seu tempo e não têm vagas nem quotas”, reforçou.
Mário Nogueira revelou que depois de ter na sua posse o projecto do Ministério da Educação, irá promover com as outras organizações sindicais "um dia D para por os colegas a discutirem o documento” e perceber “o que é inultrapassável” e como vão continuar a luta.
“A Fenprof honrará o que vier dessas discussões. Quando os professores dizem que há linhas vermelhas, em negociação não podemos dizer que são amarelas. São mesmo vermelhas", afirmou.
Segundo Mário Nogueira, a manifestação em Leiria reuniu cerca de cinco mil pessoas, a greve que está decorrer por distritos teve uma adesão de “mais de 95%” e “varreu praticamente todo o distrito de Leiria”.
“Não é uma surpresa. Os professores não aceitam continuar a ser maltratados, desvalorizados, desrespeitados e desconsiderados”, frisou.
Sobre os serviços mínimos decretados pelo Colégio Arbitral, Mário Nogueira apelou para que os docentes avisem caso sejam impedidos de fazer greve. “Até ao dia 8 a greve por distrito, que termina no Porto, não tem serviços mínimos decretados e se algum professor que quiser fazer greve ao abrigo deste pré-aviso não puder ou não o permitirem isso constitui uma grave violação da lei e iremos agir em conformidade”, avisou.
Não obstante, o secretário-geral da Fenprof, considera que “estes serviços mínimos são um abuso, uma vergonha e um atentado à liberdade de exercício do direito à greve”.