Paulo Raimundo avisa que se Governo não ceder “não tem alternativa senão sair”

Dirigente dos comunistas alerta que a sociedade encontrará “formas” para resolver a falta de respostas do Governo antes do final da legislatura, se o executivo não mudar as suas opções políticas.

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Paulo Raimundo nas jornadas parlamentares do PCP em Beja LUSA/NUNO VEIGA

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, defendeu esta segunda-feira no arranque das jornadas parlamentares do partido, em Beja, que, caso o Governo não dê respostas aos problemas da população e combata a vergonha dos lucros acumulados, as pessoas terão de reagir de forma mais acentuada. “[O Governo] ou cede, que é o que nós queremos, ou então não tem alternativa senão sair”, afirmou.

Embora reconhecendo que as eleições antecipadas por si não resolvem nada e que o Governo ainda está a tempo de reverter as suas opções políticas, o dirigente dos comunistas reiterou que a maioria absoluta do PS não lhe garante chegar ao fim e alertou que, se o executivo não corresponder aos problemas do país, a sociedade arranjará formas de resolver isso antes de 2026. O tempo vai-se esgotando, avisou.

Passado exactamente um ano desde que o PS ganhou as eleições legislativas, o líder dos comunistas faz um balanço negativo deste ano de legislatura. Não necessariamente”, porque o Governo tem maioria absoluta, nem por se tratar do PS, mas “porque estamos perante uma situação social e económica que exige respostas que o Governo não dá, afirmou.

E com uma agravante: Somos confrontados com sermos apertados todos os dias e o dinheiro não chegar para os bens essenciais e há uns poucos que estão a acumular à grande e à francesa nos seus bolsos largos milhares [que vêm de] transferências do Orçamento do Estado [OE].

Nem por isso o comunista se arrepende do voto contra do PCP ao OE de 2022 que levou à queda do Governo e espoletou as eleições antecipadas do ano passado. A realidade está a demonstrar a razão que tínhamos, declarou, sublinhando que os motivos que o PCP na altura identificou para votar contra o OE, os salários, a contratação colectiva e a Saúde, são precisamente três questões fundamentais que é preciso resolver no nosso país, além de aumentar pensões e fixar os bens essenciais.

O Governo não faz porque não quer”, acusou Paulo Raimundo. Gostava de ouvir uma coisa do primeiro-ministro, em que estou de acordo com ele: é quando ele diz que o Governo não se pode concentrar nos casos e é preciso dar respostas aos problemas das pessoas. Então que dê, atirou.

Questionado pelos jornalistas sobre a suspensão da Secretaria de Estado da Agricultura, o secretário-geral do PCP considerou tratar-se de uma opção errada e que se há sector que não podia deixar de ter Secretaria de Estado era a Agricultura.

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