Ministra garante que novo titular da Secretaria de Estado da Agricultura será nomeado “em breve”
Depois das críticas e das dúvidas geradas pela alteração à orgânica do executivo, ministra Maria do Céu Antunes clarifica que Governo irá preencher vaga na Secretaria de Estado da Agricultura.
A nomeação de um ou de uma nova titular da Secretaria de Estado da Agricultura está "para breve" e vai "obviamente" acontecer, esclareceu a ministra da Agricultura, em entrevista, precisando estar "a reflectir" com o primeiro-ministro sobre essa escolha.
"Obviamente que sim, que vamos propô-lo [ao secretário de Estado] em breve e vai ser tornado público tão breve quanto se mostrar oportuno", afirmou a ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, a emitir no domingo.
As declarações da ministra surgem depois de, na sexta-feira, ter sido publicada uma alteração à orgânica do Governo que deixou de incluir a Secretaria de Estado da Agricultura, sendo a ministra apenas coadjuvada pela Secretaria de Estado das Pescas, mudança que levou os representantes dos agricultores a denunciar e a criticar o que consideraram ser uma extinção da secretaria. Também partidos como o PSD e o CDS criticaram o que disseram representar uma desvalorização do sector.
No entanto, o Governo recusou essa interpretação, defendendo tratar-se antes de um reflexo da composição do executivo, o qual desde 5 de Janeiro, com a demissão de Carla Alves por não dispor de "condições políticas e pessoais" para seguir em funções depois de noticiado um arresto das contas bancárias conjuntas com o marido, deixou de ter essa secretaria de Estado.
"Em breve vamos ter uma nomeação (...) Estamos a reflectir sobre ela, eu e o primeiro-ministro, e oportunamente vamos divulgar quem fará essa função", disse a ministra, esclarecendo que a opção é a de fazer uma escolha para o cargo e recusando que tenha havido qualquer extinção da secretaria de Estado.
A ministra salientou que o Governo "precisa do tempo necessário e suficiente" para fazer esta escolha, que "brevemente" vai fazer, mas que demora "o tempo necessário para concluir" a reflexão em curso. Na passada terça-feira, em declarações aos jornalistas e questionado sobre para quando a substituição da secretária de Estado da Agricultura, o primeiro-ministro garantia que a ministra Maria do Céu Antunes continuava a trabalhar nesse dossier, o que subentendia que haveria um substituto para Carla Alves.
Questionada se a inexistência, desde a demissão de Carla Alves, de uma Secretaria de Estado da Agricultura significa que o Governo tem dificuldade em encontrar pessoas à altura do lugar, respondeu: "Não, antes pelo contrário. Felizmente temos muitos quadros políticos, técnicos, muitíssimo capazes de assumir estas funções."
Sobre ter feito convites recusados para a Secretaria de Estado, Maria do Céu Antunes esclareceu: "Não tenho convites recusados, não tenho convites feitos. Como digo, estamos num período de reflexão e em breve vamos ter uma nomeação que tornaremos pública (...) A seu tempo daremos conta".
A governante reforçou o que tinha sido dito, na sexta-feira, em conferência de imprensa para o efeito, pelo secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, André Moz Caldas: que estava a ser feita "uma interpretação errada" do decreto-lei publicado na sexta-feira, alterando a orgânica do executivo.
Este decreto-lei "diz respeito ao espelho do Governo", disse a ministra, reforçando não existir qualquer extinção e anunciando que, "logo que o novo ou nova secretaria de Estado da Agricultura tome posse, este decreto-lei tem de ser alterado de novo".
A mesma posição foi defendida na véspera, por André Moz Caldas, que justificou esta alteração à Lei Orgânica do Governo como sendo "apenas uma questão de natureza formal e procedimental", e anunciando que está em curso "uma reflexão sobre a composição" do executivo na agricultura.