Depois dos tanques, Ucrânia ambiciona caças e mísseis de longo alcance
Dirigentes ucranianos reconhecem que envio de aviões de combate dos seus aliados será o “próximo grande obstáculo”.
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O tom dominante das declarações dos responsáveis ucranianos após o anúncio oficial, esta quarta-feira, de que a Alemanha está disponível para enviar e autorizar o envio por terceiros dos tanques Leopard 2, considerados fundamentais para a nova fase da invasão russa que se avizinha, foi de agradecimento. Porém, em Kiev já foram identificadas novas prioridades de armamento para combater a Rússia.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que o anúncio de Berlim, aguardado há semanas, são “notícias extremamente boas”, saudando também a disponibilidade dos EUA para enviarem tanques Abrams, que eram igualmente pedidos por Kiev. Vários dirigentes descrevem uma “coligação de tanques” importante para contrariar o que se esperam que venham a ser as novas ofensivas em larga escala por parte da Rússia.
“O que é crucial agora é a velocidade e as quantidades. Velocidade no treino das nossas forças, velocidade no fornecimento dos tanques à Ucrânia e quantidades de apoio de tanques”, afirmou o chefe da administração presidencial, Andrii Iermak.
Ainda não está definida a quantidade total de tanques pesados de ambos os modelos que vão ser entregues à Ucrânia, mas o consenso entre os aliados ocidentais é de que uma centena de veículos será suficiente para que a ofensiva russa possa ser travada, de acordo com o Guardian.
Entretanto, os dirigentes ucranianos começaram a referir novos pedidos para outro tipo de armamento, como caças e mísseis de longo alcance. "Também devemos permitir a entrega de mísseis de longo alcance para a Ucrânia, isso é importante; devemos também expandir a nossa cooperação em artilharia e [viabilizar] o envio de caças", afirmou Zelensky.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Dmitro Kuleba, disse ter discutido com o homólogo polaco a possibilidade de serem enviados aviões de combate, mas esta exigência tem sido frequentemente posta de lado pelos aliados da NATO. Apesar das recusas, as autoridades dos Países Baixos disseram recentemente estar disponíveis para enviar 50 caças em coordenação com os aliados ocidentais.
O conselheiro do ministro da Defesa, Iurii Sak, reconheceu que o envio de caças será “o próximo grande obstáculo”. “Se os conseguirmos, as vantagens no campo de batalha serão imensas”, acrescentou, sublinhando que Kiev deseja receber “aeronaves de quarta geração”.