O poder de Sabalenka e de Rybakina

A primeira grande final feminina do ano irá opor duas tenistas da Europa de Leste, na discussão do título do Open da Austrália.

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Aryna Sabalenka EPA/LUKAS COCH

Elena Rybakina começou a sua participação no Open da Austrália no modesto court n.º13 de Melbourne Park. Dez dias depois, a inesperada e subestimada campeã de Wimbledon foi à Rod Laver Arena carimbar a passagem à primeira final do Grand Slam do ano. Em comum, a mesma celebração tímida e fugaz. Menos contida esteve a adversária da cazaque no sábado, Aryna Sabalenka. A bielorrussa nunca tinha vencido uma meia-final num major até esta quinta-feira, mas rivaliza com Rybakina na potência das pancadas.

O facto de, em Wimbledon, não terem sido distribuídos pontos para o ranking mundial, fez com que Rybakina chegasse a Melbourne no 25.º posto, fora dos radares de detecção. Hoje, é a primeira mulher a derrotar três campeãs do Grand Slam na mesma edição do Open da Austrália desde 2001 - quando Jennifer Capriati venceu Martina Hingis, Lindsay Davenport e Monica Seles. Depois de eliminar Iga Swiatek, líder do ranking, e Jelena Ostapenko, a cazaque de 23 anos derrotou Victoria Azarenka, campeã em Melbourne em 2012 e 2013. Antes, na terceira ronda, tinha ultrapassado a finalista de 2022, Danielle Collins, a única adversária a quem cedeu um set.

“Estou super-feliz, super-orgulhosa por estar na final e jogar aqui uma vez mais. Hoje foi um pouco mais difícil para mim porque as condições eram diferentes e não pude jogar um ténis tão agressivo”, admitiu Rybakina, após vencer Azarenka, por 7-6 (7/4), 6-3. De noite, as condições não são tão rápidas, mas, mesmo assim, a tenista que representa o Cazaquistão desde os 19 anos somou 30 winners e devolveu 89% dos serviços adversários.

No conjunto das seis rondas do Open, Rybakina apresenta excelentes números no serviço: 44 ases e 80% de pontos ganhos no seu primeiro serviço (156 em 196); em 2022, tinha registado uma média de 72%.

Ao qualificar-se para a segunda final de majors em seis meses, Rybakina já garantiu a merecida entrada no top 10. No sábado, vai tentar juntar-se a Naomi Osaka e Iga Swiatek na restrita lista de jogadoras com menos de 25 anos detentoras de mais que um título do Grand Slam.

Igualmente impressionante tem sido o percurso de Aryna Sabalenka. A bielorrussa de 24 anos ainda não perdeu um set em 2023, contando por vitórias os dez encontros realizados (quatro no torneio de Adelaide e seis no Open) - um feito só alcançado por Anna Smashnova (2002) e Agnieszka Radwanska (2013).

Apesar de ter assinado mais uma brilhante exibição, Magda Linette (45.ª) não resistiu à agressividade e potência da bielorrussa. “Encontrei o meu ritmo, acreditei em mim e arrisquei mais”, resumiu Sabalenka, autora de 33 winners (seis ases) na vitória, por 7-6 (7/1), 6-2.

Ao obter o seu melhor resultado em majors, Linette vai atingir, aos 30 anos, um novo ranking pessoal: 22.ª. Sabalenka subirá ao segundo lugar e o derradeiro encontro de sábado (8h30) será a sua 20.ª final na carreira e, sem dúvida, a mais importante. Ela, que ganhou os três duelos anteriores com Rybakina.

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