Cristiano Ronaldo falha final da Supertaça da Arábia Saudita

Al-Ittihad Jeddah do treinador português Nuno Espírito Santo impôs-se, por 3-1, na meia-final e defronta no domingo o Al-Fayha.

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Cristiano Ronaldo rodeado de adversários EPA/STR

O Al Nassr de Cristiano Ronaldo perdeu nesta quinta-feira, por 3-1, frente ao Al-Ittihad Jeddah e não estará na final da Supertaça da Arábia Saudita 2022, agendada para domingo (17h), surgindo, em alternativa, o treinador português Nuno Espírito Santo em condições de levantar o troféu, caso leve a equipa que lidera à vitória frente ao Al-Fayha, que eliminou (1-0) o Al Hilal.

Apoiado no estatuto de líder da liga saudita, reforçado com a chegada de Cristiano Ronaldo – o que levou a que esta Supertaça fosse transmitida para 27 países – o Al Nassr, de Rudi Garcia, encontrou um adversário com forte identidade e com a organização e agressividade certas para explorar as fragilidades defensivas do opositor.

Os erros do Al Nassr, conjunto que tentou assumir o controlo do encontro, fizeram sentir-se desde o início, com hesitações e falhas de posicionamento que levaram a formação de Ronaldo a duvidar de uma superioridade teórica que importava por em prática.

Luiz Gustavo, médio brasileiro vencedor, há dez anos, de uma edição da Liga dos Campeões ao serviço do Bayern Munique, tentava por ordem na casa, mas as constantes perdas de bola, fruto do ritmo mais lento do Al Nassr, deixavam Talisca, Ronaldo e o ex-River Plate Gonzalo Martínez isolados numa zona onde faltava acção.

Na equipa de Nuno Espírito Santo começava a sobressair o brasileiro Romarinho, formado no Corinthians, que imprimia velocidade ao jogo. Romarinho acabaria, mesmo, por marcar aos 15', finalizando na área do guarda-redes Agustín Rossi (cedido pelo Boca Juniors) uma jogada conduzida pela esquerda, a explorar a profundidade e reacção lenta da defesa do Al Nassr.

Nessa altura, poderia pensar-se que o golo do Al-Ittihad serviria para acordar o Al Nassr e elevar o nível do jogo. Mas, não fosse um equívoco do árbitro, os homens de Nuno Espírito Santo teriam direito a um penálti e a flagrante possibilidade de aumentar a vantagem.

Entre um ou outro calafrio, o Al Nassr tinha em Cristiano Ronaldo o elemento mais perigoso. O internacional português começou por pentear, no meio de dois defesas, uma bola inofensiva para Marcelo Grohe, que a dois minutos dos 45 impediu o ex-Manchester United de celebrar o primeiro golo oficial ao serviço do Al Nassr. Ronaldo elevou-se e cabeceou forte, mas à figura do guardião brasileiro.

E o castigo surgiu em dose dupla: no mesmo minuto, Romarinho deu sequência a uma transição rápida e assistiu o marroquino Abderazzak Hamdallah para o segundo golo. Um momento precedido de uma possível falta no início da jogada e ferido de dúvidas na posição de Hamdallah, mais tarde dissipadas pela realização do encontro.

À saída para intervalo, o Al Nassr estava em maus lençóis, tornando-se evidente que Ronaldo, no seu segundo jogo, não estava em condições de fazer um milagre.

Especialmente num dia em que de Itália surgiram notícias, veiculadas pelo La Repubblica, de uma possível suspensão de um mês na sequência do "Caso Prisma", com vários futebolistas e ex-jogadores da Juventus em causa pelo recebimento não declarado de vários meses de vencimento. Fraude fiscal (ocultação contabilística) que já custou 15 pontos de penalização à equipa de Turim, que Ronaldo representou entre 2018 e 2021.

Bem mais confortável estava Nuno Espírito Santo, com sérias perspectivas de chegar à final e poder suceder a outros treinadores portugueses que venceram o troféu: José Morais (Al-Shabab), 2014; José Gomes (Al-Ahli Jeddah), 2016; Jorge Jesus (Al Hilal), 2018; Rui Vitória (Al Nassr), 2019; e Leonardo Jardim (Al Hilal), 2021.

Fora da final estava já o Al Hilal, recordista, com três conquistas, da Supertaça (mais uma do que o Al Nassr), depois de ter perdido frente ao Al-Fayha (1-0), numa meia-final marcada pelo golo do ex-Sporting e Boavista Paulinho e em que o Al Hilal desperdiçou um penálti, com o guardião sérvio Vladimir Stojkovic, ex-Sporting, na baliza.

Rudi Garcia não esteve com contemplações e trocou três jogadores ao intervalo, alterações que sublinharam o melhor do Al Nassr, que se atirou ao jogo na busca do golo capaz de relançar a meia-final.

O perigo aumentou exponencialmente na área de Marcelo Grohe, com Ronaldo a tentar de livre e Talisca a conseguir, aos 67 minutos, furar o bloqueio e reduzir a diferença. Golo insuficiente para que o Al Nassr desse a volta ao texto, acabando, inclusive, por pertencer ao conjunto de Espírito Santo as melhores ocasiões até ao final.

Não surpreendeu, por isso, a confirmação por Muhannad Al-Shanqeeti (90+3'), com o golo que acabou com quaisquer possibilidades do Al Nassr.

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