Homem que ameaçou matar Presidente fica preso no hospital prisional
Sanidade mental do arguido irá ser aferida na ala psiquiátrica do hospital de Caxias.
O homem detido por ameaçar matar o Presidente da República vai ficar em prisão preventiva no Hospital Prisional de Caxias, onde terá de realizar exames para aferir da sua sanidade mental, disse fonte judicial.
Esta foi a medida de coacção determinada pelo juiz de instrução criminal que realizou o interrogatório do arguido e considerou, segundo uma informação do Conselho Superior da Magistratura, o suspeito indiciado por três crimes: um de coacção agravada, um de tentativa de extorsão agravada e outro de detenção de arma proibida.
As ameaças de morte a Marcelo Rebelo de Sousa surgiram em Outubro, numa carta enviada para a Casa Civil da Presidência em que alegadamente era exigido o pagamento de um milhão de euros para não matar o chefe de Estado – com indicação da conta bancária para onde deveria ser feita a transferência do dinheiro – e que incluía ainda uma bala.
O envelope com a carta e o projéctil foram então remetidos para a Unidade Nacional de Contraterrorismo da Polícia Judiciária e sujeitos a perícias no Laboratório de Polícia Científica, tendo o suspeito, um homem na casa dos 40/50 anos, com um historial de violência e que já tinha estado na cadeia, sido detido na sua residência.
Com uma personalidade descrita como instável e perigosa, as ameaças foram consideradas facilmente exequíveis, uma vez que no passado já lhe tinham sido apreendidas armas e explosivos. O facto de Marcelo Rebelo de Sousa ser um Presidente muito activo e muito próximo dos cidadãos tornaria um eventual atentado fácil de concretizar, acreditam as autoridades, que levaram o aviso a sério.
Marcelo Rebelo de Sousa desvalorizou a situação, destacando ter recebido mais “ameaças” quando tinha programas na RTP e na TVI do que em Belém. “Quem anda nesta vida, e eu já ando há 30 anos, tem disto às dezenas (…). Acontece e eu não dou grande importância”, disse.
E referiu que este tipo de situações acontece espaçadamente, nunca se tendo confirmado qualquer gravidade. “Isto acontece espaçadamente, nunca se veio a confirmar qualquer gravidade da situação. Normalmente há o caso da perturbação ou nem é possível investigar o que se trata porque são cartas anónimas e, portanto, aqui também não porque estava fora do país. Estando fora, os serviços entenderam comunicar à Polícia Judiciária”, contou.