Conselho de Opinião da RTP promove conferência internacional para discutir futuro a dez anos
Iniciativa anunciada pela presidente, Deolinda Machado, que foi ouvida esta terça-feira na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto.
O Conselho de Opinião da RTP vai promover em Maio uma conferência internacional para debater a rádio e televisão pública a 10 anos, disse esta terça-feira à Lusa a presidente daquele órgão, Deolinda Machado, que sublinhou a importância de um serviço público de qualidade. "Não podemos pensar só sobre o dia de amanhã", sublinhou.
"A questão mais valorizada, e que nós também evidenciámos no Conselho de Opinião, é a do financiamento", disse Deolinda Machado no final da audição do Conselho de Opinião na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto. "Porque um serviço público de qualidade não pode viver sem aquilo que lhe é devido", prosseguiu a actual presidente, que em Novembro sucedeu no cargo a Manuel Coelho da Silva, na sequência da morte deste último.
Para que a empresa "possa fazer o seu plano de pagamentos e de investimento" em várias áreas, dada a evolução tecnológica, é necessário que lhe seja pago o que o accionista Estado lhe deve desde 2003, defende. E se não houver "um horizonte" para a planificação do financiamento em dívida é difícil gerir a empresa, observa, uma vez que a RTP "há muito tempo que precisa de fazer investimentos de grande nível".
Para que "haja qualidade – e a RTP é a nossa referência no nosso panorama audiovisual português –, essa medida tem de ser devidamente implementada", disse ainda Deolinda Machado, acrescentando que a questão do contrato de concessão foi outro tópico abordado na comissão parlamentar. Um assunto que "não é de somenos importância", e que"deverá ser analisado em conjunto com a lei e com os estatutos, porque há muita matéria de relevância que deverá continuar em evidência" no panorama legislativo, afirmou.
A presidente do Conselho de Opinião destacou ainda o papel da rádio pública, que "é muito importante e tem de ser cada vez mais valorizada".
Relativamente à actualização da Contribuição para o Audiovisual (CAV), que deveria ser actualizada ao valor da inflação, Deolinda Machado acha que neste momento "será muito difícil" que aconteça, dada a actual situação das famílias portuguesas e o aumento do custo de vida.