PSD quer ouvir Medina e Pedro Nuno Santos por causa da TAP e está preocupado com PRR

À saída do encontro da bancada do PSD, Miranda Sarmento vincou que Medina não tem condições políticas para continuar no Governo.

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Joaquim Miranda Sarmento, líder parlamentar do PSD Rui Gaudencio

Um dia depois da audição da presidente da TAP, Christine Ourmières-Widener, o PSD ficou com "várias questões por esclarecer" e irá pedir para ouvir, não apenas os anteriores ministros das Finanças e das Infra-estruturas, João Leão e Pedro Nuno Santos, como os actuais, Fernando Medina e João Galamba. No final do encontro quinzenal da bancada parlamentar social-democrata, Joaquim Miranda Sarmento revelou que o PSD está preocupado com a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e reiterou que Fernando Medina está politicamente fragilizado.

O social-democrata considera que existem várias questões por esclarecer em relação ao bónus (que Christine Ourmières-Widener confirmou que iria receber), bem como em relação às indemnizações que foram atribuídas a ex-administradores, como aconteceu à ex-secretária de Estado do Tesouro Alexandra Reis. O líder parlamentar do PSD afirmou-se ainda perplexo com a informação de que Alexandra Reis terá saído por discordar do processo de reestruturação da companhia aérea. "Recordo que esse plano teve a participação de Alexandra Reis, mas não teve a participação da actual CEO, que entrou depois. A justificação não pode ser apenas essa discordância", afirmou.

Embora tenha distinguido as notícias desta quarta-feira que dão conta das buscas na Câmara Municipal de Lisboa por "suspeitas de corrupção, participação económica em negócio e falsificação" numa nomeação assinada enquanto Fernando Medina era presidente da autarquia, Miranda Sarmento insistiu que Medina não tem condições para continuar como ministro. "Politicamente, está muito debilitado na pasta mais importante da governação", afirmou."Deixemos a justiça seguir o seu curso. Não fazemos processos de intenção sobre ninguém. A nossa crítica é política e tem a ver com a sua actuação", sublinhou.

Em comunicado, o PS rejeitou "categoricamente" ter recebido apoios financeiros ou materiais por parte de empresas, salientando que os donativos angariados por este partido se encontram inscritos, identificados e apresentados à Entidade das Contas e Financiamentos Políticos. "O PS rejeita categoricamente as alegações de financiamentos fora do estrito quadro legal", lê-se no documento enviado às redacções.

O silêncio de Costa sobre caso BIC

O PSD voltou ainda a criticar o silêncio do primeiro-ministro em relação às 12 perguntas enviadas pelos sociais-democratas sobre o alegado envolvimento de António Costa no caso BIC. As perguntas, enviadas a 27 de Novembro, ainda não tiveram resposta.

"Quer António Costa, quer o PS disseram que o tema não era novo e que as perguntas tinham resposta fácil. Na semana passada, perguntei pelas respostas e o primeiro-ministro disse que responderia brevemente, o que até agora não aconteceu", frisou Miranda Sarmento. "É preocupante. Mostra que as perguntas são pertinentes e deixam o primeiro-ministro numa posição pouco confortável."

Para já, o PSD irá "continuar a aguardar". "Quem fica mal” é o primeiro-ministro. "Ou não quer, ou não pode responder ou não consegue responder", considera o líder parlamentar do PSD. "Se passar mais tempo, a situação pode tornar-se não sustentável", avisa.

O social-democrata declarou-se ainda "preocupado" com os avisos dados pelo Ministério Público esta quinta-feira em relação a insuficiências no sistema de controlo e execução do PRR. Caso esses problemas ponham em causa o desbloqueamento da próxima tranche, avisa Miranda Sarmento, "será mais uma prova da forma como o PRR, quer na sua concepção, quer na execução, está a ser muito mal gerido". "Esperemos que não chegue a essa situação, mas os alertas quer do Ministério Público hoje, quer da comissão que acompanha o PRR são muito graves e o Governo tem de actuar e prestar os esclarecimentos", conclui.

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