O barulho das coisas ao cair

A democracia portuguesa não está, felizmente, à beira do colapso. Mas seria bom que não desvalorizássemos a lenta degradação dos seus pilares.

É tentador olhar para os recentes acontecimentos no Brasil com a tranquilidade de um olhar distante ou mesmo com o paternalismo de quem observa uma bizarria tropical. Dir-se-á que a democracia brasileira é mais jovem e mais imatura do que boa parte das democracias ocidentais. Ou que as suas instituições são bem mais frágeis e menos consolidadas do que as democracias europeias. E tudo isso será, eventualmente, verdade. É tentador, repito, mas é um erro. Como aliás já deveríamos ter aprendido com o choque da invasão do Capitólio: é impossível arrumar a profunda disfuncionalidade em que caiu o sistema político americano na gaveta das democracias recentes ou imaturas. Foi, afinal, aos EUA que fomos buscar a inspiração para erguer os pilares essenciais das nossas casas democráticas.

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