Guitarra, guitolão e arquialaúde nas homenagens ao mestre Gilberto Grácio

Ciclo iniciado em Fevereiro de 2022 regressa à Livraria Barata, em Lisboa, com mais uma série de actuações que começam esta sexta-feira.

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Gilberto Grácio (1936-2021) DR

Começou em Fevereiro de 2022 e ao longo do ano reuniu dezenas de músicos num total de dez actuações num ciclo intitulado “Guitarras do Grácio, 100 anos a compor”, com vista a homenagear “o mais antigo e conceituado construtor de guitarras” em Portugal, Gilberto Grácio (1936-2021). Agora, passado quase um ano, a iniciativa volta ao mesmo espaço, a Livraria Barata, na Avenida de Roma, em Lisboa, com uma nova série de actuações, que começam esta sexta-feira, 13 de Janeiro, às 19h15 (no piso -1 da livraria), com Bernardo Couto (guitarra portuguesa) que, com Bernardo Saldanha (viola), interpretará temas do seu álbum de estreia, lançado em finais de 2021 com a etiqueta Museu do Fado Discos.

Este ciclo, que, segundo os seus promotores, nasceu em colaboração com a família de Gilberto Grácio, a Câmara Municipal de Lisboa, a Livraria Barata, o realizador Edgar Pêra, a RTP e o grupo Cramol, teve em 2022 a participação, entre outros, de Eurico Machado, João Filipe, Francisco Gaspar, Luís Guerreiro, Bernardo Saldanha, Matilde Cid, Armando Figueiredo, Jorge Carreiro, Emanuel de Andrade, Alfredo Almeida, Mário Cantinho e Eduardo Birin.

Com o objectivo de, tal como foi programado, pôr “ao alcance das famílias o contacto com o instrumento, numa renovada perspectiva cultural, que foi a base do seu desenvolvimento e transformação pela família Grácio ao longo de três gerações”, anunciam-se agora, para 2023, as actuações dos guitarristas Ricardo Parreira, José Manuel Neto, Ângelo Freire, Luís Guerreiro e Eduardo Birin. Prevê-se também a participação do Guitolão Trio e de Maria Correia, em arquialaúde.

Composto por António Eustáquio (guitolão), André Gaio Pereira (violino) e Fábio Palma (acordeão), o Guitolão Trio lançou no início de 2022 um disco dedicado à memória de Aristides de Sousa Mendes e de Gilberto Grácio que, segundo os promotores deste ciclo, além de ter “construído as guitarras tocadas por alguns dos mais notáveis guitarristas nacionais”, foi também inventor do guitolão, “cujo repertório e técnica se encontram em fase de exploração” e que tem sido popularizado e trazido para a ribalta, desde há quase uma década, por António Estáquio, que gravou com o guitolão, em 2014, um disco com Carlos Barretto, lançado anos depois, em 2017.

O ciclo, que tal como em 2022 tem entrada gratuita (mediante marcação), visa este ano, segundo os promotores, “aproximar mais o público nacional e as famílias da vertente solista da guitarra portuguesa e dar a conhecer o guitolão”. Além de outro objectivo, mais geral: “Pretende-se divulgar e encorajar a interpretação de repertórios novos e de temas antigos que são a base dos instrumentos como são tocados hoje”, visando, “em paralelo, reabilitar a dimensão cultural da guitarra, voltando a reunir pessoas e comunidades em redor da música.”

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