As memórias que o príncipe Harry podia ter deixado na sombra

Spare, título da autobiografia de Harry, pode ser traduzido à letra por suplente ou reserva. Mas também por poupar — e é aquilo que, depois de o folhear, se sente: que podíamos ter sido poupados.

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O livro Spare foi lançado oficialmente nesta terça-feira EPA/ANDY RAIN

A imprensa tablóide britânica é um dos alvos do príncipe Harry, de ponta a ponta das suas memórias, que chegam nesta terça-feira às bancas. Mas, depois de folhear as mais de 500 páginas, é de imaginar que nem esse tipo de imprensa, muitas vezes retratada de cor-de-rosa, mas mais vezes negra, iria tão longe. Harry sabe bem como construir o mesmo tipo de mensagem: afinal, apesar de ter sido sempre aconselhado a não o fazer (pelo pai — “Não leia essas coisas, meu querido” — ou pela terapeuta), o príncipe parece viciado em consumir tudo o que se escreve sobre si.

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