Socialistas devem ter “orgulho” nos sete anos de governação PS, diz Ana Catarina Mendes
Ministra defendeu o trabalho do Governo nos últimos sete anos, pediu união no PS e elogiou Miguel Alves, que teve que sair de adjunto de António Costa por estar acusado do crime de prevaricação.
A dirigente do PS Ana Catarina Mendes defendeu neste sábado que os socialistas devem ter "orgulho" nos sete anos de governação do partido e não se devem "deixar" cair pelos ataques daqueles que "não têm nenhum projecto político" para o país. A socialista (e ministra dos Assuntos Parlamentares) encerrou o XX Congresso da Federação Distrital do PS de Viana do Castelo, em Melgaço, apresentando uma "lista exaustiva" de medidas tomadas pelos governos socialistas nos últimos sete anos para que os militantes do partido "tenham orgulho do trabalho feito".
"Sobretudo para que não nos deixemos cair pelos ataques que são normais em democracia, mas que não nos devem desviar do nosso foco, o foco do PS, o foco de quem se preocupa com as pessoas", apelou a secretária nacional do PS. Perante cerca de 150 congressistas, Ana Catarina Mendes disse estar certa de que, com o "apoio de todos os socialistas, o PS continuará a honrar o mandato que lhe foi confiado".
"Nós tivemos uma maioria absoluta há quase um ano. Não desperdicemos essa maioria absoluta, mas coloquemos essa maioria absoluta ao serviço das pessoas, lado a lado com os portugueses, a resolver todos os dias os seus problemas", apelou. "Vale a pena lembrar que somos nós, os socialistas, que não estamos a anunciar, num contexto de crise e incerteza externa, e de aumento de inflação, cortes às pessoas ou incertezas nas suas vidas", reforçou.
No discurso de cerca de 15 minutos, a dirigente socialista lembrou Mário Soares no dia em que se cumprem seis anos sobre a sua morte, alertando para a necessidade de "honrar o legado do PS". Destacou os 50 anos da fundação do partido que se cumprem em Abril e realçou que "o PS não deve ignorar os problemas". "Não devemos ignorar que, a espaços, somos confrontados com problemas (...) Quando se sabe que se está perante um problema, o que devemos fazer é identificar o erro e agir sobre ele", referiu.
Para Ana Catarina Mendes, uma vez "reconhecida a responsabilidade política, o que interessa não é a espuma dos dias, não são aqueles que, não tendo nenhum projecto político para o país, se entretêm todos os dias a atacar e a atacar". "Quando o erro está corrigido, o que é preciso é que tenhamos orgulho no trabalho que fizemos ao longo destes sete anos", disse, apelando aos socialistas para "continuarem vigilantes" em relação "aos que hoje atacam a democracia".
Ana Catarina Mendes fez questão de "deixar uma palavra de solidariedade, de estímulo, de amizade e de gratidão" ao anterior presidente da federação distrital do PS de Viana do Castelo, ex-autarca de Caminha e ex-secretário de Estado-adjunto do primeiro-ministro, Miguel Alves. "Gratidão por todo o trabalho que ao longo dos anos o Miguel Alves fez nesta federação. Ser socialista é isto mesmo: é sermos solidários, é não nos esquecermos daquilo que cada um de nós consegue dar, de si, à causa pública. O Miguel deu muito de si à causa pública", afirmou, gerando um forte aplauso dos congressistas.
Ao novo líder da distrital socialista, Vítor Paulo Pereira, que é também presidente da Câmara de Paredes de Coura, destacou "a energia, a criatividade, a sabedoria, a inteligência, a competência e a juventude", augurando-lhe, "para breve", um "enorme futuro nacional". Já como líder da distrital socialista de Viana do Castelo confiou-lhe a "missão enorme de conseguir continuar a somar vitórias às vitórias", referindo-se à liderança de seis das dez autarquias do Alto Minho.
Vítor Paulo Pereira, que encabeçou a única lista que concorreu àquele órgão partidário foi eleito, em Dezembro, presidente da distrital do PS de Viana do Castelo após a renúncia do ex-autarca de Caminha Miguel Alves. Tinha sido reeleito a 4 de Novembro para um último mandato naquele órgão partidário, já depois de ter sido nomeado secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, mas renunciou duas semanas depois na sequência da acusação de prevaricação pelo Ministério Público (MP).
A investigação do MP teve origem "em denúncia anónima" e conduziu também à demissão de Miguel Alves do cargo de secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro. Miguel Alves, de 46 anos, liderou a Federação Distrital do PS de Viana do Castelo durante mais de seis anos.