Nova Iorque aprova compostagem de cadáveres humanos — para poupar terra e madeira

É o sexto estado norte-americano a permitir o processo de redução orgânica natural que demora entre seis a oito semanas e é considerado mais ecológico do que um enterro ou cremação.

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Nikola Jovanovic/Unsplash

Ser transformado em solo em vez de ser enterrado na terra. Nova Iorque é o mais recente estado norte-americano a legalizar a compostagem de cadáveres humanos, depois de Washington, Colorado, Oregon, Vermont e Califórnia. O procedimento de redução orgânica natural, que é considerado uma alternativa mais ecológica aos enterros e até cremações, exigindo menos espaço, energia e recursos naturais como madeira, também já é legal na Suécia.

Em 2021, abriu a primeira agência funerária para compostagem humana nos Estados Unidos da América. Localizada em Seattle, Washington, a empresa, chamada Recompose, demora entre seis a oito semanas a transformar um corpo em cerca de um metro quadrado de solo, lê-se no site. "O corpo do seu ente querido será rodeado por lascas de madeira, alfafa e palha num recipiente onde micróbios irão naturalmente quebrar o corpo", explica a Recompose. É o que acontece naturalmente aos corpos humanos, mas este processo acelera a decomposição e garante que o solo é seguro e fértil.

Tal como as cinzas, o solo é entregue aos familiares e pode ser usado para "nutrir um jardim, plantar uma árvore ou ser espalhado em vários locais". Se não for reclamado, a empresa doa o solo para ser usado numa floresta conservada em Washington. O processo completo custa sete mil dólares, indica a empresa, ligeiramente acima do valor médio de um funeral com cremação nos EUA (6,971 dólares), segundo os dados citados da Associação Nacional de Directores Funerários.

A Return Home, outra empresa que oferece serviços de "terramation" (traduzido livremente para português como "terramação"), permite que os familiares visitem o morto durante o processo.

Em Nova Iorque, a falta de espaço nos cemitérios é um problema que funerais e cuidados após a morte mais ecológicos podem contribuir para resolver, diz Michelle Menter, directora do Greensprings Natural Cemetery Preserve, citada pela Time.

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