Urgências de psiquiatria reorganizadas para garantir resposta em rede

Vão ser contratados mais 30 psicólogos para os serviços locais de saúde mental nos próximos dois anos.

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Reorganização foi anunciada pela Direcção Executiva do SNS, que é liderada por Fernando Araújo Nelson Garrido

A direcção executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS) anunciou esta sexta-feira uma reorganização das urgências de psiquiatria, mantendo a presença física nocturna no Porto, Lisboa e Coimbra e aumentando as respostas diurnas em Guimarães, Viana do Castelo e Cascais.

Esta reorganização "mantém as respostas existentes em presença física nocturna (Porto, Lisboa e Coimbra), aumenta as respostas em presença diurna (Guimarães, Viana do Castelo e Cascais) e ainda permite uma resposta de proximidade em regime de prevenção distribuída por praticamente todo o território nacional", adiantou à Lusa o organismo liderado por Fernando Araújo.

"No seu conjunto, a segurança dos cuidados às situações urgentes é reforçada por esta resposta em rede", salientou ainda a direcção executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) criada este ano pelo Governo para coordenar a resposta assistencial aos utentes.

A direcção executiva justificou a reorganização com o facto de ser "importante para as urgências de psiquiatria estandardizar procedimentos em todo o país, definir e manter consistente a rede de pontos de acesso do SNS e estabilizar os critérios de referenciação".

Com isso, a equipa do médico Fernando Araújo pretende garantir a "proximidade, a equidade e a segurança, numa resposta que seja do conhecimento das instituições, dos profissionais de saúde, do INEM e SNS24 e dos utentes e familiares, com previsibilidade e qualidade".

A direcção executiva salientou ainda que o plano para a resposta dos hospitais públicos às situações de urgência de psiquiatria está alinhado com a reorganização dos serviços de psiquiatria e saúde mental que tem estado a ser desenvolvida ao longo dos últimos anos, prevendo uma maior ligação com os cuidados de saúde primários e com as estruturas da comunidade, através da constituição de equipas comunitárias de saúde mental.

Para os hospitais, "está a haver um reforço significativo do número de psicólogos nos serviços de psiquiatria e saúde mental", adiantou.

Além disso, as 20 equipas comunitárias já constituídas ou em fase avançada de constituição, com financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência, envolvem a contratação de 25 psicólogos e as 20 que serão implementadas nos próximos dois anos permitirão a contratação de mais 30 psicólogos para os serviços locais de saúde mental, avançou.

"Finalmente está a ser concluída a contratação de 40 psicólogos para os cuidados de saúde primários, um processo que durou mais de quatro anos", assegurou a direcção executiva, que reconheceu a "necessidade de mais psicólogos na rede, pois o seu desempenho está associado a uma melhoria da resposta aos problemas da saúde mental".