O início do fim no Irão. Será 2023 o ano da queda do regime?

A morte de Mahsa Amini foi a gota de água para milhões de iranianos que há anos vinham a manifestar o seu descontentamento com a acção do regime.

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Nos últimos anos, com a crise económica que assola o Irão, aumentou o descontentamento da população e, em resposta, o regime intensificou a máquina de repressão, sobretudo através do reforço da chamada polícia da moralidade: uma força responsável por vigiar o correcto cumprimento de determinadas regras, especialmente o uso do hijab, o véu islâmico, de acordo com os códigos ditados pelo país.

No dia 13 de Setembro deste ano, uma jovem curda, Mahsa Amini, que estava de férias com o irmão em Teerão, foi detida pela polícia da moralidade, por, alegadamente, não ter o hijab bem colocado. A jovem, que terá sido violentamente agredida, foi transferida para um centro de detenção, onde desmaiou e entrou em coma. Três dias depois morreu.

A morte de Mahsa Amini foi a gota de água para milhões de iranianos que há anos vinham a manifestar o seu descontentamento com a acção do regime. O que começou por ser um movimento feminino e jovem, rapidamente se expandiu.

Desde o início dos protestos, e de acordo com a organização iraniana de direitos humanos HRANA, cerca de 18.500 pessoas foram detidas e, até 25 de Dezembro, 507 manifestantes tinham sido mortos, incluindo 69 menores.