Marcelo aumenta pressão sobre Alexandra Reis e admite demissão

Presidente da República assume querer perceber os contornos jurídicos e políticos em torno do acordo da governante com a TAP.

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Desde ontem que o Presidente da República exige esclarecimentos sobre o acordo de Alexandra Reis com a TAP LUSA/MIGUEL PEREIRA DA SILVA

O Presidente da República insistiu na necessidade de serem prestados esclarecimentos sobre o acordo que a actual secretária de Estado, Alexandra Reis, assinou com a TAP e colocou essas explicações como condição da continuidade da governante no executivo de António Costa.

Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas em Murça, onde visitou zonas afectadas pelos fogos. Nas declarações transmitidas na RTP3, o chefe de Estado voltou a considerar “fundamentais” os esclarecimentos sobre o acordo com a TAP, em Fevereiro deste ano, no âmbito do qual Alexandra Reis recebeu 500 mil euros. Questionado sobre se a governante devia pedir a demissão, Marcelo respondeu: “Isso é a seguir. Primeiro vamos ver o que se passou juridicamente. Eu estou a dizer que se deve começar pelo início. As pessoas esperam o esclarecimento, aí se retirará ou não as consequências do que foi esclarecido”.

O Presidente da República assumiu, mais uma vez, querer perceber toda a situação. “Eu quero perceber os contornos. Há uma questão de direito e outra política, ou de imagem política ou de compreensão política. Estão ligados entre si. Vamos tentar perceber um para perceber o outro”, afirmou, depois de referir que “há um apuramento que está a ser feito na sequência dos pedidos de esclarecimento dos ministros” Pedro Nuno Santos e Fernando Medina à TAP.

Sobre se Alexandra Reis deve vir a gerir o dossier da TAP, designadamente sobre a privatização da companhia aérea, Marcelo voltou a remeter para a necessidade de explicações sobre o caso.

Já sobre se considera normal que os ministros em causa não soubessem os termos do acordo assinado, o Presidente referiu que Fernando Medina “não tinha nada a ver com o acordo dos transportes aéreas” e que o ministro das Infra-estruturas, que acompanha e tutela da empresa, “pode não saber” os pormenores da situação.

Na segunda-feira à noite, o Presidente da República considerou as explicações sobre a situação anterior de Alexandra Reis são “fundamentais” não só para os portugueses como para si próprio – que a nomeou no início deste mês para o cargo – e também para o ministro das Finanças “para ter a noção efectivamente da capacidade de uma colaboradora fundamental”.

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