Em véspera de Natal, Marcelo pediu paz

O Presidente da República recebeu a Cáritas no Palácio de Belém. Considerou os últimos três anos “muito maus” e pediu que 2023 traga “mais paz”.

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Marcelo na cerimónia de entrega da vela da Cáritas LUSA/ANTÓNIO COTRIM

Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, pediu que, “depois de três anos muito maus”, 2023 traga “mais paz” — algo “inseparável da justiça, desenvolvimento, igualdade, liberdade e condições económicas e sociais de vida”. O Presidente falou este sábado após receber a vela da Cáritas Portuguesa no Palácio de Belém.

Rita Valadas, presidente da Cáritas, reuniu-se esta véspera de Natal com Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém, para lhe entregar uma vela solene da Cáritas Portuguesa. Na cerimónia, Marcelo Rebelo de Sousa notou que “a paz é inseparável” da “justiça, desenvolvimento, igualdade, liberdade e condições económicas e sociais de vida”, e que “é construída todos os dias na nossa rua, no nosso bairro e na nossa aldeia”.

O discurso do Presidente da República focou-se sobretudo na questão da paz. "De cada vez que aumentam as desigualdades a paz sofre, de cada vez que aumenta a pobreza a paz sofre, de cada vez que há mais (pessoas) a cair em risco de pobreza a paz sofre, o que quer dizer que com as crises não é apenas a pobreza, a desigualdade e a injustiça que aumentam, é a paz que fica em causa", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado apelidou os últimos três anos de "muito maus". 2020 e 2021 com o mundo a braços com a pandemia — que "agravou desigualdades" e "congelou a vida das pessoas" — e 2022 com a invasão russa da Ucrânia e as consequências socioeconómicas do conflito.

"Qual é o objectivo deste nosso encontro, ano após ano?”, perguntou dirigindo-se à presidente da Cáritas. “É formularmos o desejo, que é uma vontade, de no próximo ano haver mais paz, mais justiça, mais desenvolvimento, mais liberdade e mais igualdade", respondeu.

O Presidente da República enalteceu também a presença de "forças portuguesas de manutenção da paz" em vários pontos do mundo, desde a Europa (no início da semana visitou uma força destacada na Roménia), em África, onde há militares portugueses na República Centro-Africana e em Moçambique.

O Presidente da República anunciou ainda que durante a tarde irá deslocar-se a Odemira para estar com imigrantes. No último ano surgiram denúncias de imigrantes a viver em condições deploráveis em Odemira e "acorrentados" a redes de tráfico humano.