Mortalidade acima dos 85 anos superior ao esperado para esta época do ano

Novo relatório semanal da Direcção-Geral da Saúde analisa a incidência das infecções respiratórias, como a gripe, a covid-19 ou a infecção por vírus sincicial respiratório.

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Variantes da Ómicron mantêm-se dominantes e em crescimento Nelson Garrido

A mortalidade acima do esperado para a época do ano, independentemente da causa, no grupo das pessoas com 85 anos ou mais, coincidiu com o aumento da incidência das infecções respiratórias observado nas últimas semanas, anunciou nesta sexta-feira a Direcção-Geral da Saúde (DGS).

Na semana em análise, entre 5 e 12 de Dezembro, a mortalidade acima dos indicadores habituais em Dezembro foi verificada nas regiões norte e Lisboa e Vale do Tejo. Já a mortalidade específica por covid-19, embora apresentando uma tendência crescente, está abaixo do limiar recomendado pelo Centro Europeu de Controlo e Prevenção de Doenças (ECDC), fixado em 20 mortes a 14 dias (por milhão de habitantes).

O registo de casos de infecção por SARS-CoV-2 baixou na semana em análise, com a variante Ómicron BA.5 a manter-se dominante, com aumento da prevalência da sublinhagem BQ.1.

Os dados constam do novo relatório semanal que a DGS passa a publicar todas as quintas-feiras para analisar a incidência das infecções respiratórias, como a gripe, a covid-19 ou a infecção por vírus sincicial respiratório.

A DGS pretende responder a desafios próprios desta altura do ano, como “vigiar a evolução das infecções respiratórias agudas, concluir o programa de vacinação sazonal para a covid-19 e para a gripe e utilizar o SNS24 como primeiro ponto de contacto com o sistema de saúde”.

Proporcionalmente, e comparativamente à semana anterior, as pessoas com sintomas de gripe recorreram mais aos cuidados de saúde primários do SNS do que às urgências, o que poderá ter explicação nas intempéries ocorridas no período em análise. Assim, aumentou a proporção de consultas por infecção respiratória nos centros de saúde, bem como a procura do INEM e do SNS24 (atendimentos triados), diminuindo em contrapartida a proporção de idas à urgência hospitalar por síndrome gripal.

Mantém-se a tendência verificada a partir do início de Setembro para o aumento da ocupação de camas, independentemente das causas, tanto nas enfermarias por todas as causas (80%) como nas unidades de cuidados intensivos (UCI, 72%). Na segunda semana de Dezembro, esse aumento foi de 72% nos cuidados intensivos e de 80% nas enfermarias.

O documento analisa a incidência das infecções respiratórias, como a gripe, a covid-19 ou a infecção por vírus sincicial respiratório. A evolução da cobertura vacinal contra a gripe, cuidados de saúde primários, episódios de urgência e de internamentos, ocupação das unidades de cuidados intensivos, contacto com o SNS 24 e INEM são os outros dados analisados no documento. Com a publicação deste relatório deixa de ser publicado o relatório semanal de monitorização da situação epidemiológica da covid-19.

“Doentes covid” em hospitais

A 11 de Dezembro, encontravam-se 507 pessoas com covid-19 internadas em enfermaria e UCI, o que representa uma diminuição em 10% relativamente à semana anterior. Destes 507, 41 estavam em UCI (-7% em relação à semana anterior). Este valor corresponde a 16% do nível de alerta de 255 camas de UCI ocupadas, assinala o relatório.

De acordo com o documento, a cobertura vacinal contra a gripe (72%) encontra-se próxima da recomendada pelo Centro Europeu de Controlo e Prevenção de Doenças (ECDC) e Organização Mundial da Saúde (75%) para os grupos etários com 65 ou mais anos, considerando a DGS que "a cobertura vacinal contra a covid-19 e contra a gripe é elevada e tem conferido uma protecção crescente da população mais vulnerável".

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