Portugal é o segundo país com maior prevalência da sublinhagem BQ.1
Surgimento de novas ondas de infecção, devido às sublinhagens da variante Ómicron, depende da imunidade regional, da dimensão das anteriores vagas de contágio e da cobertura vacinal, explica a OMS.
Portugal é o segundo país do mundo com a maior prevalência da sublinhagem BQ.1 da variante Ómicron do vírus que causa a covid-19, segundo dados divulgados esta quinta-feira pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
"Os cinco países que reportaram as prevalências mais elevadas da BQ.1 são o Equador (65,5%), Portugal (56,7%), Espanha (54,1%), França (48,7%) e Colômbia (46,8%)", adiantou a OMS na actualização epidemiológica semanal.
O relatório refere que o surgimento de novas ondas de infecção, devido à eventual capacidade de fuga ao sistema imunitário das várias linhagens descendentes da variante Ómicron, está dependente da imunidade regional, da dimensão das anteriores vagas de contágios e da cobertura vacinal.
"São necessários mais estudos, os dados actuais não sugerem que existam diferenças substanciais na severidade da doença" para várias linhagens da Ómicron em circulação, entre as quais a BQ.1, refere o documento.
Segundo a OMS, a BQ.1, incluindo as suas descendentes como a BQ.1.1, "é uma das linhagens com crescimento mais rápido" a nível global e propagou-se por 90 países, com uma prevalência de 33,9%.
De acordo com a actualização divulgada esta quinta-feira, a evolução da variante Ómicron continua a mostrar uma diversificação genética que já resultou em mais de 540 linhagens descendentes e 61 recombinantes.
Cinco sublinhagens da Ómicron, entre as quais a BQ.1, "estão sob monitorização devido à sua alteração genética relevante, ao aumento da prevalência e ao impacto observado e continuado na incidência de casos em mais de um país", avançou a OMS.
O último relatório do Instituto Ricardo Jorge (INSA) sobre a diversidade genética do coronavírus SARS-CoV-2, divulgado na terça-feira, indica que a sublinhagem BQ.1 (incluindo a sua descendente BQ.1.1) é a dominante em Portugal.
"No decurso da monitorização contínua realizada pelo INSA, tem-se observado a emergência de sublinhagens de interesse, com novas constelações de mutações potencialmente associadas à resistência a anticorpos neutralizantes", refere o INSA.
Desde o início da pandemia, o instituto já analisou 44.031 sequências do genoma do coronavírus que causa a covid-19, obtidas de amostras colhidas em mais de 100 laboratórios, hospitais e instituições, representando 307 concelhos de Portugal.
De acordo com os últimos dados da OMS, em termos globais, o número de novos casos semanais de infecção manteve-se estável (mais 2%) durante a semana de 5 a 11 de Dezembro, em comparação com os sete dias anteriores, com mais de 3,3 milhões de novos contágios reportados.
O número de mortes semanais aumentou 10%, com mais 9700 novos óbitos registados no mesmo período.
Até 11 de Dezembro, foram registados mais de 645 milhões de casos de covid-19 confirmados e mais de 6,6 milhões de mortes atribuídas à doença em todo o mundo, indicou ainda a OMS.