Apple pondera autorizar lojas de apps rivais no iPhone na União Europeia

A mudança surge devido a novas leis europeias criadas para diminuir o monopólio de gigantes digitais como a Apple.

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As mudanças devem entrar em vigor até 2024 Reuters/MIKE SEGAR

A App Store, a loja de aplicações da Apple, vai deixar de ser a única loja de aplicações móveis autorizada nos produtos da gigante tecnológica norte-americana. A Apple está a ponderar autorizar a utilização de lojas de apps alternativas nos iPhones e iPads até ao final de 2023 na União Europeia. A informação foi avançada esta terça-feira pela Bloomberg News que cita fontes familiarizadas com o assunto. O objectivo é cumprir novas leis europeias que visam nivelar as condições de concorrência entre gigantes tecnológicas, como a Apple, e pequenos criadores de conteúdos digitais.

O PÚBLICO contactou a Apple para recolher mais informação, mas não a obteve até à hora de publicação deste artigo.

Em Julho, depois de um longo processo legislativo, que começou em 2019, o Parlamento Europeu aprovou o novo Regulamento dos Mercados Digitais (RMD) para assegurar que as grandes empresas de tecnologia (como a Meta, a Alphabet, a Apple e a Amazon) não dominam o mercado e esmagam a concorrência.

A lei exige que as gigantes da Internet abram os seus sistemas aos concorrentes, na esperança de aumentar a escolha dos consumidores. As empresas que desrespeitarem as regras enfrentam multas que podem ir até 10% das receitas globais anuais.

O facto de a Apple não autorizar o funcionamento de lojas de aplicações externas nos seus produtos vai contra as novas regras. Outro problema é o facto de a Apple exigir a grande parte das apps na sua loja uma percentagem que vai até 30% das receitas obtidas.

A Apple Store processou mais de 10 mil milhões de dólares (9,3 mil milhões de euros) em transacções no ano passado, de acordo com estimativas da Sensor Tower, uma analista de apps móveis.

Alguns especialistas acreditam, no entanto, que as mudanças vão afectar pouco as receitas da Apple. Angelo Zino, um analista de mercado da CFRA, estima que menos de 0,2% das vendas totais da Apple sejam afectadas por outras lojas de apps que venham a ser autorizadas em produtos Apple.

“O impacto final será mínimo, uma vez que a maioria dos consumidores são criaturas de hábitos e estão muito satisfeitos com a plataforma”, disse Zino, à Reuters. Prevemos que a maioria dos consumidores mantenha o statu quo.