As escolas que fecharam vão reabrir? Há transportes a funcionar em Lisboa?

Manhã de quarta-feira é de grande incerteza, particulamente na região de Lisboa, bastante afectada pelo mau tempo nesta terça-feira. Chuva forte deve regressar esta manhã.

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É esperado nova situação de mau tempo na quarta-feira em Portugal Miguel Manso

Como vai estar o tempo na quarta-feira?

As condições meteorológicas previstas levam a que o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) tenha todo o continente com alerta amarelo devido a precipitação entre as 9h e as 18h desta quarta-feira.

O IPMA prevê aguaceiros para Portugal referindo que estes poderão ser “por vezes fortes”, em especial da parte da tarde. Para a Grande Lisboa, o IPMA antecipa um dia de céu “geralmente muito nublado” e os aguaceiros também poderão ser acompanhados de trovoada. Para esta zona do país, há ainda previsão de vento “fraco a moderado” e, da parte da tarde, momentos de ventania moderada a forte e “rajadas até 60 km/h junto ao Cabo Raso”.

E o que disse a Protecção Civil?

O comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), André Fernandes, no balanço feito nesta terça-feira, referiu que é esperado um novo agravamento do estado do tempo na quarta-feira, entre as 9h e as 18h, em que a chuva poderá ser "persistente e pontualmente forte".​

"Nós esperamos é uma noite de trabalho, onde as acções de reabilitação vão ser fundamentais para garantir que este período crítico de amanhã não tenha um impacto tão grande como aconteceu hoje", disse André Fernandes.

Ou seja, depois da ligeira melhoria do tempo no final do dia desta terça-feira, em que não se verificou qualquer alerta para chuva forte, na quarta-feira Portugal continental vai estar em alerta amarelo.

Quando vai parar de chover?

Olhando para as previsões disponíveis no site do IPMA, são esperados, pelo menos até sábado, períodos de céu nublado em todo o país, com grandes probabilidades de chuva. Ou seja, a precipitação deve manter-se pelo menos até ao fim de semana, sendo que na quinta-feira todo o país deve sair do estado amarelo, verificando-se, assim, uma melhoria do estado do tempo.

As escolas que encerraram vão reabrir esta quarta-feira?

As escolas de Lisboa continuaram abertas, mas "no âmbito da sua autonomia podem decidir encerrar", confirmou fonte do gabinete de comunicação do Ministério da Educação (ME). Já as escolas do concelho de Oeiras, fechadas esta terça-feira devido à chuva intensa, vão reabrir na quarta-feira, depois de repostas "todas as condições de segurança e funcionamento", anunciou a autarquia do distrito de Lisboa.

O comandante André Fernandes sublinhou que a situação depende de estabelecimento para estabelecimento, consoante a avaliação das condições de segurança. "Existem escolas em que a normalidade não está reestabelecida, portanto não estarão abertas, mas é uma questão de validar ponto a ponto", disse o responsável, apelando ao contacto das instituições para essa confirmação.

E as universidades em Lisboa?

Algumas instituições de ensino superior da zona de Lisboa suspenderam as actividades presenciais devido ao mau tempo, mas há universidades que vão manter-se abertas e a funcionar, permitindo que algumas aulas decorram online.

O gabinete de imprensa da Universidade de Lisboa (UL) confirmou à Lusa que as faculdades estão abertas, mas "a funcionar com a indicação de maior tolerância, nomeadamente com aulas online para quem não o pode fazer presencialmente".

A Faculdade de Direito da UL foi mais longe e decretou, num despacho da directora, o adiamento das avaliações marcadas para esta terça-feira e a suspensão das actividades lectivas presenciais, que serão substituídas por aulas online. Também os trabalhadores não docentes foram dispensados do trabalho presencial.

O Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da UL tomou uma decisão semelhante, tendo comunicado, através das redes sociais, a suspensão das aulas presenciais.

O ISCTE-IUL optou por permitir que os trabalhadores impossibilitados de se deslocarem à instituição, devido aos constrangimentos causados pela chuva, trabalhem a partir de casa, mas as actividades lectivas mantêm-se.

As estradas que foram cortadas vão reabrir?

A Protecção Civil dá conta de 24 estradas com cortes, entre os quais troços da EN 8, entre Odivelas e Loures; a Calçada de Carriche, em Odivelas; a EN 117, entre Queluz e Algés; e a EN 249, entre Abóboda e Sintra. Na actualização desta noite, a ANEPC enumera ainda quatro vias intransitáveis: a Radial de Benfica, a estrada de Chelas, a Rua de Cima de Chelas e a estrada da Pimenteira.

Numa nota publicada no site, a autarquia de Oeiras realça que na Rua Major Afonso Pala, uma artéria comercial localizada na Baixa de Algés e que hoje foi inundada, "a água já foi escoada, estando a ser feitos os trabalhos de limpeza".

"Ainda intransitável está o acesso à estação de comboios, o parque adjacente à estação e ao parque do Centro de Saúde. Outras localidades do concelho também estão a retomar a normalidade", acrescentou a Câmara.

André Fernandes não avançou quando está prevista a retoma de circulação nestas vias, referindo apenas que há equipas no terreno a trabalhar por essa "reposição de normalidade". Pela frente há um "trabalho longo que vai demorar dias", à medida dos quais serão reabertas estas estradas.

Em Lisboa, já foram reabertas ao trânsito várias artérias em Alcântara, a Avenida Infante D. Henrique (junto ao Túnel Batista Russo), a Avenida 24 de Julho e a Avenida da Índia, que às 14h15 se encontravam encerradas, bem como os túneis do Campo Pequeno, Campo Grande, Avenida João XXI e Avenida de Berlim.

E os transportes? O metro esteve fechado e os autocarros com atrasos. Como vai ser esta quarta-feira?

Depois de algumas estações do metro terem fechado durante a manhã desta terça-feira, a situação foi normalizada ao longo do dia. Ainda assim, a circulação no metro nunca esteve parada. Sobre esta quarta-feira, segundo fonte do Metro de Lisboa, em declarações ao PÚBLICO, tudo “vai depender das zonas que inundarem à superfície, sendo, para já, impossível fazer uma projecção para as próximas horas”.

Além do metro, o mau tempo provocou mesmo cortes e perturbações nos autocarros da Carris em toda a Área Metropolitana de Lisboa. Assim, pelo menos por um período de 24 horas, “são esperados atrasos, desvios e, em casos mais graves, eventuais suspensão de serviços”, pode ler-se no site da Carris. O serviço "está a ser gradualmente reposto", conforme as vias de circulação são reabertas ao trânsito, de acordo com a empresa.

O PÚBLICO tentou saber mais informações relacionadas com as zonas de maior risco, mas até ao momento da publicação desta notícia não obteve qualquer esclarecimento.

Relativamente a comboios, a Protecção Civil regista constrangimentos na linha de Cascais, entre Cais Sodré e Oeiras, e na linha Leste, entre Portalegre e Elvas. A CP informa os seus clientes que foram afectados pelo mau tempo que podem pedir reembolso ou revalidações dos bilhetes, nas bilheteiras ou no site, através do formulário de contactos.

Há perspectiva para o regresso da electricidade?

De acordo com a operadora de distribuição de energia eléctrica E-Redes, a situação actual "é tida como normal", com a registo de apenas "algumas centenas de clientes sem energia de norte a sul do país", um número que a empresa refere ser "residual" considerando a rede de seis milhões de clientes.

Durante esta terça-feira, a zona da Grande Lisboa foi a mais afectada, e a maior incidência de casos foi verificada nas localidades de Cascais, Loures, Sintra e Lisboa. Os apagões foram, ainda assim, muito localizados", tendo afectado "alguns milhares de clientes" ao longo do dia.

Há problemas nas redes de telefone?

​​​​​​​A Vodafone Portugal "registou apenas alguns constrangimentos pontuais" devido ao mau tempo, "com maior incidência na zona da Grande Lisboa", disse esta terça-feira à Lusa fonte oficial da operadora de telecomunicações.

Anteriormente, fonte oficial da Altice Portugal tinha dito à Lusa que, "apesar das condições atmosféricas muito adversas que se estão a sentir e se fizeram sentir nas últimas horas, neste momento não se verificam afectações significativas nas infra-estruturas e serviços do Meo".

O impacto do mau tempo nos serviços da NOS "é pouco expressivo" e registaram-se "falhas pontuais" devido à falta de energia e inundações, nomeadamente em Lisboa e Vila Real, disse fonte oficial da operadora à Lusa.

E se tiver que faltar ao trabalho por causa do mau tempo, tenho falta?

O Código do Trabalho não se refere directamente a situações em que as condições meteorológicas impedem o trabalhador de prestar a sua actividade, mas o artigo 249.º considera justificada a falta “motivada por impossibilidade de prestar trabalho devido a facto não imputável ao trabalhador, nomeadamente observância de prescrição médica no seguimento de recurso a técnica de procriação medicamente assistida, doença, acidente ou cumprimento de obrigação legal”.

Assim sendo, caso tenha que faltar ao trabalho devido ao mau tempo, tem uma falta justificada e sem perda de remuneração.

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