Efacec desperta interesse de oito entidades nacionais e estrangeiras
Novo processo arranca com menos dois interessados que na primeira tentativa de reprivatização.
O Estado recebeu oito manifestações de interesse na compra de 71,73% da Efacec, no âmbito do segundo processo de reprivatização, menos dois que na primeira tentativa de colocar a empresa em mãos privadas.
A confirmação dos oito interessados foi feita esta terça-feira pela Parpública, um dia depois de ter terminado o prazo para essa manifestação de interesse. A sociedade gestora das participações empresariais do Estado adianta que, a partir de agora, “dar-se-á início à primeira fase com vista à apresentação pelos potenciais interessados pré-seleccionados de propostas vinculativas”.
A empresa pública não revelou o nome das entidades concorrentes, limitando-se a dizer que são entidades nacionais e estrangeiras.
O primeiro processo de reprivatização da Efacec foi interrompido na sequência da ruptura das negociações com o grupo nortenho DST, após longos meses de negociações com o grupo português, o único que foi seleccionado em processo competitivo.
O prazo para os próximos passos da privatização não é conhecido. O caderno de encargos estabelece, no entanto, que a Parpública terá de propor ao Governo “as medidas de reestruturação, incluindo as soluções possíveis, devidamente avaliadas, e, sendo o caso, os respectivos instrumentos jurídicos, que se revelem necessárias à concretização da venda, ainda que concomitantes à mesma, de modo a potenciar o valor da empresa, optimizando o esforço financeiro do Estado, e das quais poderão resultar adaptações à estrutura da transacção final a ser realizada”.
Acautelando eventuais necessidades de financiamento antes da conclusão da privatização, a empresa pública que agora controla a Efacec fica autorizada “a assegurar a manutenção da actividade da empresa, nomeadamente em termos de apoio de tesouraria, para viabilizar as condições que permitam a concretização da operação de reprivatização, dotando-a dos respectivos meios financeiros em consonância com a informação que a Parpública apresentou”.
Refira-se que a nacionalização de 71,73% do capital da Efacec ocorreu no Verão de 2020, depois do afastamento da accionista maioritária, Isabel dos Santos, na sequência dos processos judiciais que envolveram a empresária angolana, após as investigações do Luanda Leaks. O restante capital da empresa está nas mãos do grupo José de Mello e Têxtil Manuel Gonçalves.
O "arrastamento" no processo de reprivatização tem prejudicado financeiramente a empresa, que possui cerca de dois mil trabalhadores e desenvolve actividade na área dos transformadores, do fabrico de equipamento, da energia e da mobilidade.