O julgamento mediático que opôs o ex-casal Amber Heard e Johnny Depp pode vir a ser repetido noutro estado norte-americano. Isto porque a equipa jurídica da actriz apresentou um recurso no sentido de anular o julgamento de há alguns meses, em que, acusada de difamação, um júri deliberou que a actriz não provou a veracidade das acusações e condenou-a a pagar 10,35 milhões de dólares.
O protagonista de Piratas das Caraíbas acusava Heard de difamação depois de a ex-mulher se ter descrito, num artigo de opinião publicado no The Washington Post, como uma “figura pública a representar o abuso doméstico”.
Agora, Amber Heard alega que não conseguiu provar que as suas afirmações eram verdadeiras, ou seja, que não constituíam difamação, pelo facto de a juíza ter excluído provas e testemunhas fundamentais ao seu caso, considerando-as rumores. Entre estas, dizem, estão os registos que levaram a que, no julgamento que opôs Depp ao jornal inglês The Sun, um juiz britânico ter dado razão ao tablóide que descreveu o actor como “espancador da mulher”.
No recurso apresentado, citado pelo New York Times, argumenta-se ainda que o julgamento foi realizado no estado errado. O caso foi a julgamento em Fairfax, na Virgínia, onde estão os servidores informáticos do jornal que publicou o texto assinado por Heard, no entanto, o Washington Post nunca esteve entre as acusações tecidas por Depp.
A equipa de Heard considera que a escolha do actor não foi inocente, avaliando que noutro estado o desfecho teria sido diferente. Na Califórnia, por exemplo, onde ambos têm residência, os advogados de Heard consideram que teria sido mais fácil ter testemunhas em directo.
Em Junho, Johnny Depp venceu o processo em que acusava a ex-mulher Amber Heard de difamação. Heard acusou o actor de violência e abusos domésticos em 2018.
O júri considerou que o ensaio publicado no The Washington Post era sobre Depp, que era difamatório e que as alegações de Amber Heard tinham sido feitas com “real malícia”. As conclusões foram as mesmas para todas as frases escritas no ensaio, incluindo o título, e apontadas pelo actor como falsas e difamatórias.
A actriz foi condenada a pagar a Depp 10,35 milhões de dólares (cerca de 9,7 milhões de euros, ao câmbio da altura): dez milhões de “indemnização compensatória” mais o máximo legal no estado da Virgínia de “indemnização punitiva”, 350 mil dólares.
Já no caso apresentado por Amber Heard, em que a actriz reclamava ter sido alvo de difamação, os jurados deram razão à actriz, considerando que não montou um “embuste” quando chamou a polícia ao apartamento do então casal, em Maio de 2016, depois de um alegado episódio de violência doméstica. Atribui-lhe dois milhões de dólares de indemnização compensatória.