EUA revelam o primeiro bombardeiro estratégico em mais de 30 anos

O novo avião, baptizado com o nome de B-21 Raider, é a primeira resposta ao aumento da capacidade nuclear da China.

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O novo bombardeiro B-21 Raider Reuters/US AIR FORCE

Os Estados Unidos revelaram na sexta-feira o seu novo bombardeiro estratégico furtivo de longo alcance, o primeiro em mais de 30 anos, no que pode ser visto como uma resposta ao recente investimento da China em armamento com capacidade nuclear.

Fabricado pela empresa Northrop Grumman Corp, o B-21 Raider só deverá entrar ao serviço em 2027 mas os primeiros voos deverão acontecer já no próximo ano.

O novo avião militar, que foi exibido ao público durante uma cerimónia na fábrica da Northrop em Palmdale, na Califórnia, tem a forma de uma “asa voadora” tal como o seu antecessor, o B-2, e pode ser equipado tanto com armas convencionais como nucleares, podendo também ser reabastecido em pleno voo.

“Este não é apenas mais um avião”, afirmou o secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin. “Cinquenta anos de avanços em tecnologia de observação foram investidos nesta aeronave. Mesmo os sistemas de defesa aérea mais sofisticados terão dificuldade em detectar um B-21 no céu”, acrescentou Austin, dizendo que o novo bombardeiro “foi construído com forte apoio bipartidário no Congresso”.

A Força Aérea norte-americana planeia comprar pelo menos 100 aviões B-21 - ao custo de 750 milhões de dólares (aproximadamente 710 milhões de euros) por unidade - para começar a substituir os bombardeiros B-1 e B-2, fabricados há mais de 30 anos, ainda durante a Guerra Fria.

Os primeiros seis bombardeiros estão já em produção, disse a Northrop Grumman, destacando o que considera ser a “próxima geração de aviões furtivos”, fabricado através de “novas técnicas, com o emprego de novos materiais”, que não foram especificados durante a apresentação.

A Northrop Grumman informou ainda que estão envolvidos no projecto quatro centenas de fornecedores e que o novo avião foi projectado com peças e tecnologia já existentes.

“Com o B-21, a Força Aérea dos EUA será capaz de deter ou derrotar ameaças em qualquer lugar do mundo”, disse por sua vez Tom Jones, vice-presidente da Northrop Grumman, empresa que define o novo bombardeiro como uma aeronave de sexta geração, devido à sua capacidade de se conectar com outros aviões e de poder vir a integrar nos seus sistemas “armas que nem sequer foram ainda inventadas”, disse Lloyd Austin.

O B-21 integra a primeira parte da projectada revisão da capacidade de dissuasão nuclear dos EUA, uma actualização que custará um bilião de dólares e que incluirá novos submarinos e mísseis nucleares e com a qual os norte-americanos querem responder à modernização em curso das capacidades militares da China.

No relatório anual sobre a China, publicado esta semana, o Pentágono refere que Pequim está a caminho de vir a possuir 1500 armas nucleares até 2035, incluindo mísseis hipersónicos. Segundo o documento, a China representa “o desafio mais consequente e sistémico para a segurança nacional dos Estados Unidos e para o sistema internacional livre e aberto”.

Segundo avança o Financial Times, o Pentágono autorizou que os funcionários da Northrop Grumman pudessem dizer às suas famílias e amigos que estavam a trabalhar no desenvolvimento do B-21.

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