Médicos: 161 vagas para formação especializada ficaram por preencher

A Administração Central dos Serviço de Saúde destaca que o SNS “vai iniciar, em 2023, a formação do maior número de médicos especialistas de sempre”: 1883.

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Jovens médicos vão iniciar a formação especializada a 1 de Janeiro do próximo ano RITA RODRIGUES

A partir do início do próximo ano, 1883 jovens médicos vão começar a sua formação especializada, segundo dados partilhados esta terça-feira pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS). Estas colocações resultam do processo de escolha para a área da especialidade, que terminou na última segunda-feira. À semelhança do que aconteceu no último concurso, as vagas não foram todas ocupadas. Entre as vagas a concurso e o número de médicos colocados há uma diferença de 161.

Na nota de imprensa enviada, a ACSS destaca que o SNS “vai iniciar, em 2023, a formação do maior número de médicos especialistas de sempre”, referindo que este concurso “teve por base o maior mapa de vagas de sempre para acesso à formação especializada do Internato Médico (2044)”.

Apesar do número de candidatos – 2321 - ser superior ao número de vagas disponíveis, nem todas foram escolhidas, já que seis especialidades, das 48 colocadas a concurso, “não ocuparam 100% das vagas”. A ACSS destaca os 102 colocados em pediatria, “mais do dobro do valor registado em 2012 (47)”, e os 53 em ginecologia-obstetrícia, “onde se verificou um aumento de 10% face ao ano transacto”. Também as colocações em psiquiatria (72) e pedopsiquiatria (14) “aumentaram 62%” nos últimos dez anos, diz.

No comunicado, a ACSS não revela quais as especialidades nem em que zonas do país ficaram com vagas vazias. O PÚBLICO questionou aquele organismo e o Ministério da Saúde sobre o tema, mas não recebeu uma resposta até à publicação desta notícia.

Mas é possível perceber que uma das áreas foi medicina geral e familiar, já que foram colocadas a concurso 574 vagas e segundo o comunicado da ACSS só 503 foram escolhidas. “O processo de escolhas permitiu ainda colocar mais 503 médicos internos na formação especializada de Medicina Geral e Familiar, o que contribuirá para o reforço dos cuidados de saúde primários, permitindo caminhar para uma cobertura plena de todos os cidadãos”, lê-se na nota.

Ir buscar médicos fora do SNS

Já no concurso do ano passado, 50 vagas para a formação especializada ficaram por ocupar. Na altura, os sindicatos médicos alertaram que era a primeira vez que tal acontecia desde que há mais candidatos do que vagas disponíveis para formação específica. Destas vagas vazias, 31 eram de medicina interna e 14 de medicina geral e familiar.

Nos últimos anos, o Ministério da Saúde tem colocado mais vagas a concurso para a especialidade do que os jovens médicos que terminam a formação geral - que é o primeiro ano de prática após a conclusão da formação académica e que lhes dá autonomia para exercer -, com o objectivo de ir buscar clínicos fora do SNS e aumentar o número de especialistas.

Essa meta, afirma a ACSS, foi conseguida. “No total, 222 jovens médicos que não tinham escolhido especialidade nos anos anteriores optaram, agora, por regressar ao SNS e escolheram uma das vagas disponíveis”, refere a nota. A mesma acrescenta que “esse número compensou os que, podendo fazer a sua escolha pela primeira vez, não o fizeram”. Segundo a ACSS, “foram colocados 89% dos 1798 candidatos” a frequentar a formação geral, correspondendo a mais 66 médicos face ao ano passado.

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