Arquitectura
No Porto, uma casa dos anos 40 cresceu com madeira e encheu-se de luz
Uma casa familiar construída nos anos 40, na rua Melo Leote, no Porto, foi transformada numa habitação com elementos em madeira que nos remetem para o século XXI. Um projecto do atelier In Vitro.
Do século passado para a modernidade do século XXI: assim evoluiu esta casa, que ganhou uma nova vida na rua Melo Leote, no Porto. De um “típico edifício do Porto dos anos 40”, com dois pisos, duas frentes e um pequeno jardim nas traseiras, nasceu uma nova habitação, repleta de madeira, que acabou por ser “aumentada em mais um piso”, conta ao P3 Joana Leandro Vasconcelos, arquitecta do atelier de arquitectura In Vitro.
A transformação desta habitação surge da necessidade de reabilitar este edifício para se tornar habitável para uma nova família. O tempo em que esteve desabitada deixou-a em “bastante mau estado de conservação”, sendo que “havia poucos elementos possíveis de manter": apenas a “fachada principal, parte do pavimento do primeiro piso e as escadas existentes que ligam o rés-do-chão ao primeiro andar”, descreve a arquitecta responsável pelo projecto.
Esta nova casa transformou-se, após a reabilitação, num lugar com “espaços mais amplos e luminosos, com maior relação entre si”, acabando com os “espaços divididos que eram muito característico nas casas antigas”, refere a arquitecta. Os elementos em madeira, como vigas e pilares, expostos no interior da casa criaram uma “linguagem mais contemporânea” no edifício, sendo essa também transposta para o novo piso, no topo do edifício, que prolongou a casa. E que valeu uma menção honrosa na última edição do Prémio Nacional de Arquitectura em Madeira.
Um aspecto que também caracteriza a fachada tardoz, que apresenta agora “uma estrutura reticular em madeira à vista e com espaços preenchidos por envidraçados, que aproxima o interior do edifício ao jardim existente” nas traseiras da habitação, diz Joana Leandro Vasconcelos. Tudo para “potenciar a relação com o jardim” pedida pelos proprietários, conta a fundadora do atelier In Vitro.
A nova casa de Melo Leote conta ainda um segredo. Ter um lugar de garagem era essencial para os proprietários desta habitação, desta forma, o piso térreo foi transformado para concretizar este desejo. De um local com uma grande janela criou-se um espaço para acolher o veículo da família. Assim, “o rés-do-chão assumiu um carácter mais técnico, mais ligado à rua, com acesso à casa, com espaço de estacionamento e um pequeno escritório virado para o jardim”.
Texto editado por Amanda Ribeiro