A poluição do ar provocou a morte prematura de pelo menos 238 mil pessoas na União Europeia em 2020, divulgou esta quarta-feira a Agência Europeia do Ambiente (EEA).
“Em 2020, a exposição a concentrações de partículas finas em níveis superiores aos das directrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2021 provocou 238 mil mortes prematuras” na União Europeia, explica o relatório da EEA.
Para comparação, em 2019 a agência europeia registou 307 mil mortes prematuras causadas pelo mesmo motivo. Destas, pelo menos 58% — ou 178 mil — poderiam ter sido evitadas se todos os Estados-membros tivessem atingido os níveis indicados pela OMS, concluiu, à data, a EEA.
Em Portugal a exposição de longo prazo a estas partículas esteve associada a 4900 mortes em 2019. Se contarmos os três principais poluentes examinados pela Agência Europeia do Ambiente, que, além das partículas finas, incluem o dióxido de azoto e o ozono ao nível do solo, a poluição foi associada a 5710 mortes prematuras.
Apesar destes números, entre 2005 e 2020, a tendência tem sido decrescente, com uma diminuição de 45% do número de mortes.
A União Europeia está perto de alcançar o objectivo de reduzir o número de vítimas mortais em 55% até 2030, em comparação com o ano de 2005.
Contudo, “serão necessários mais esforços” chegar ao objectivo de poluição zero em 2050, reduzindo a poluição atmosférica para valores sem efeitos prejudiciais para a saúde.
A poluição do ar deve ser “uma das principais preocupações de saúde dos europeus”, alerta a agência. Em 2020, na União Europeia, 96% da população das cidades esteve exposta a concentrações de partículas finas — ou PM2.5 — superiores ao recomendado, e associadas a doenças cardíacas e/ou pulmonares.