Cristina Sciuccia celebrizou-se, em 2014, quando era uma freira de 25 anos, ao ganhar a versão italiana do concurso The Voice, depois de ser já um sucesso no YouTube, onde, em apenas uma semana, reuniu dezenas de milhões de visualizações (ultrapassou até o recorde de Gangnam style e o vídeo da sua primeira prova tem actualmente mais de 110 milhões de visualizações).
Agora, mais de oito anos depois, Cristina, com 34, deixa para trás o “irmã” e a Congregação das Irmãs Ursulinas da Sagrada Família com o objectivo de se focar na música. No entanto, isso não significa que tenha abandonado a religião.
A Silvia Toffanin, a apresentadora do Verissimo, o programa das tardes de fim-de-semana do Canale 5, Cristina Sciuccia disse não ter qualquer intenção de abandonar o seu caminho de fé, manifestando-se grata pelo seu percurso até aqui.
“Foram quase 15 anos de vida religiosa, penso que os melhores anos da minha vida, porque em qualquer caso foi uma experiência de vida importante e intensa que me fez crescer muito, e penso que o que aconteceu não foi nada em particular, não houve nada em particular, mas foi uma mudança da minha própria vida, um crescimento”, cita o italiano La Repubblica.
A decisão, explicou, foi tomada durante a pandemia de covid-19, numa altura em que confessou que “já não conseguia compreender quem era”. Acabou por pedir um ano sabático e, na solidão, compreendeu que precisava de se dedicar a passar tempo consigo. “Precisava de estar sozinha comigo mesma, de me compreender a mim própria, de tirar um ano de silêncio, de viajar.”
Vestida com um fato vermelho, de stilettos, cabelos compridos e soltos, Cristina sublinhou: “Mudei o traje, mas a essência continua a ser a mesma.” Mas também não escondeu o medo que sentiu: “A mudança é um sinal de evolução, mas é sempre assustadora porque é mais fácil ancorarmo-nos às próprias certezas do que questionarmo-nos. Há um certo ou um errado?”, cita o The Guardian.
A antiga freira reside agora em Espanha, onde trabalha como empregada de mesa “com um sorriso”, estando certa de que a música está no seu futuro e até, quem sabe, um namoro: “O amor? Depois de Jesus, acredito sempre nisso.”