A “nova” Aldeia de Portugal tem muita história: Ponte do Mouro volta à rede

A aldeia é célebre pela ponte medieval. Aqui encontraram-se Portugal e Inglaterra - D. João I e o Duque de Lencastre -, no séc. XIV, para lançarem as bases da mais antiga aliança do mundo em vigor.

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Ponte de Mouro é um marco na história da Aliança Luso-Britânica ATA

“Aldeias de Portugal, onde a tradição permanece!”. É este o princípio desta rede de turismo de aldeia, que abrange cerca de uma centena de locais pelo país, e que já existe há 23 anos. A associação dedica-se a promover as aldeias pela forma como valorizam e promovem a identidade local e, agora, há uma novidade na rede. Melhor dizendo, uma velha novidade: Ponte de Mouro, em Monção, já tinha sido classificada como Aldeia de Portugal em 2013 mas saiu da rede; agora, a autarquia local garantiu o “cumprimento integral de um conjunto de novos compromissos” para com as normas da Rede Aldeias de Portugal e assegurou a reclassificação.

Ponte de Mouro, que integra as freguesias de Barbeita e Ceivães, destaca-se pela “importância do seu legado histórico, patrimonial e natural”, refere-se em comunicado. A aldeia poderá não ser tão famosa quanto merecia: é que foi este cenário, a 1 de Novembro de 1386, que “testemunhou o encontro histórico do Rei D. João I com o Duque de Lencastre, pretendente ao trono de Castela [e Leão]”. Um encontro que serviu para estabelecer “as condições da cooperação militar portuguesa” com a Inglaterra, que pretendia conquistar o reino vizinho. Ficou também acordado, o casamento do Rei D. João I com Dona Filipa de Lencastre, filha do duque”, resume-se.

A importância de Ponte de Mouro é evidente: foi nesta aldeia que se lançaram as bases para a Aliança Luso-Britânica, a mais antiga aliança diplomática do mundo e ainda vigente, revalidada pelo Tratado de Windsor.

A ponte, sobre o rio Mouro, é um Imóvel de Interesse Público. É originária do século XIV e foi remodelada em 1627. Tem “o tabuleiro formando cavalete, precedido por rampas de acesso e assente num amplo arco de volta perfeita”, descreve a Direcção-Geral do Património Cultural; tem um “pavimento de grandes lajes e guardas de blocos aparelhados e alvenaria rebocada”.

Integrando um trilho do Caminho de Santiago, o Caminho Ribeiro Minhoto, indica a autarquia de Monção, “encontra-se numa espantosa envolvente paisagística, onde se inscreve a Capela de São Félix, a Casa do Cruzeiro, a Capela do Santo Cristo e alguns moinhos, verdadeiros tesouros de tempos imemoriais”.

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Ponte de Mouro ATA

Nota: não falta uma praia fluvial com zona de lazer e os, cada vez mais omnipresentes, passadiços, que aqui “vão crescendo nas margens daquele afluente do rio Minho”.

Pelas ruelas da aldeia, sugere a Associação de Turismo de Aldeia, responsável pelas Aldeias de Portugal, regressa-se “a tempo antigos": “preste atenção às casas típicas, rurais, do Minho, em granito, com dois pisos: o piso superior destinado à habitação e o rés-do-chão às cortes de animais”.

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Ponte de Mouro ATA
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Ponte de Mouro dr

Ponto substancial: a gastronomia da terra. “Engloba arroz de lampreia, sável e cabrito assado no forno”. Na agenda anual destaca-se o Festival Internacional de Folclore Ponte do Mouro e Alvarinho – Folk Monção “O Mundo a Dançar”, promovido pelo Rancho Folclórico da Casa do Povo de Barbeita.

A reclassificação de Ponte de Mouro como Aldeia de Portugal, destaca-se ainda em nota de imprensa, “é fruto de uma candidatura apresentada pela ADRIMinho – Associação de Desenvolvimento Rural Integrado do Vale do Minho, “com o envolvimento político e associativo local”.

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