Explosões na Polónia: o que se sabe até agora
Explosões em território polaco, a menos de dez quilómetros da fronteira com a Ucrânia, provocaram duas mortes.
Actualizado às 12h30 de dia 16 de Novembro
Pelas 18h30 desta terça-feira (hora de Portugal continental), a Associated Press avançou que mísseis teriam atingido território da Polónia, citando um funcionário dos serviços de informação norte-americanos.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros polaco afirmou, em comunicado, que foi um “míssil de fabrico russo” o responsável pela morte de duas pessoas. “Às 15h40, na aldeia de Przewodów, caiu um míssil de fabrico russo, provocando a morte de dois cidadãos polacos”, lê-se.
Contudo, já nesta quarta-feira, o Presidente polaco Andrzej Duda admitiu que o míssil pode ter sido “lançado pela Ucrânia” e que nada indicava que se tivesse tratado de um “ataque intencional”. Acrescentou que, ao contrário do que chegou a ser ponderado, a Polónia não vai invocar o artigo da NATO que prevê consultas entre aliados sempre que a “integridade territorial, independência política ou segurança” dos Estados-membros esteja ameaçada.
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), Jens Stoltenberg, afirmou, numa conferência de imprensa em Bruxelas, que uma “análise preliminar” sugeriu que o incidente foi provavelmente causado por “um míssil de defesa aérea ucraniano disparado para defender o território ucraniano contra ataques de mísseis de cruzeiro russos”. “Mas deixem-me ser claro, isto não é culpa da Ucrânia”, afirmou. “A Rússia tem a responsabilidade última, uma vez que continua a sua guerra ilegal contra a Ucrânia”.
Antes da conferência de imprensa de Stoltenberg, o Presidente norte-americano Joe Biden já dizia que os dados iniciais indicam que o incidente pode não ter sido causado por um míssil disparado da Rússia.
Os primeiros momentos
A explosão aconteceu numa quinta na vila de Przewodów, a menos de dez quilómetros da fronteira com a Ucrânia, e a 70 quilómetros de Lviv, uma das cidades bombardeadas esta terça-feira pela Rússia.
O primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, convocou de imediato uma reunião de emergência do Comité do Conselho de Ministros para os Assuntos de Segurança e Defesa Nacional.
Minutos após as notícias iniciais, o Pentágono disse não conseguir “confirmar nem desmentir” os relatos de que teriam sido mísseis russos a atingir a Polónia, garantindo continuar a investigar o incidente.
Em reacção, o Ministério da Defesa russo negou qualquer envolvimento na explosão, alegando que os relatos sobre mísseis russos a ultrapassar a fronteira da Ucrânia foram uma “provocação deliberada”.
Já o chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de ser responsável pelo lançamento de mísseis para a Polónia. Reforçou ainda que ataques em território da NATO são uma “escalada significativa” na guerra.