Edifícios residenciais em Kiev atingidos por mísseis russos
Além de Kiev, também há relatos de ataques em Kharkiv, Lviv e Sumy, bem como na cidade de Kryvyi Rih e nas regiões de Poltava e Cherkassy. Bombardeamentos visaram a rede eléctrica da Ucrânia.
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Pelo menos três edifícios residenciais no distrito de Pechersk, em Kiev, foram atingidos por mísseis russos, avançou o governador da cidade, Vitali Klitschko, no Telegram, sem avançar informações sobre possíveis feridos. Além de Kiev, também há relatos de ataques em Kharkiv, Lviv e Sumy, bem como na cidade de Kryvyi Rih e nas regiões de Poltava e Cherkassy, numa ofensiva que o ministro da Energia, German Galhushchenko, disse ser a mais violenta contra o sistema energético ucraniano desde o início da guerra.
“Ataque à capital. De acordo com informações preliminares, dois edifícios residenciais foram atingidos no distrito de Pechersk. Vários mísseis foram derrubados pela defesa aérea de Kiev. Há médicos e socorristas nos locais atingidos”, lê-se na mensagem de Klitschko, citado pelo The Guardian. As explosões registadas fizeram pelo menos um morto.
O presidente da Câmara da capital ucraniana disse ainda que “pelo menos metade” da capital ucraniana está sem electricidade. O ataque obrigou a empresa pública de electricidade Ukrenergo a ordenar apagões de emergência em todo o país, afirmando Klitschko que, em Kiev, “pelo menos metade dos clientes está sem energia”.
Um correspondente da agência Reuters em Kiev disse que foram ouvidas pelo menos duas explosões e que há fumo em várias zonas da capital. Cerca de 15 moradores “devastados”, descreve o correspondente, reuniram-se em torno do edifício de cinco andares.
Ainda não é conhecida a causa das explosões, mas Andriy Yermak, membro da equipa presidencial, disse no Twitter que “os novos ataques com mísseis” são uma resposta do discurso do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na cimeira do G20. Kyrylo Tymoshenko, outro membro do gabinete presidencial, publicou um vídeo que mostra um dos prédios em chamas.
Zelensky, alentou esta terça-feira a população depois da chuva de mísseis russos. “Sei que os ataques cortaram a electricidade em muitos sítios. Estamos a trabalhar, vamos restaurar tudo, vamos sobreviver”, declarou.
Oleh Synyehubov, governador da região de Kharkiv, disse no Telegram que a região também está sob ataque e pediu à população para permanecer nos abrigos, um pedido feito também pelo governador de Lviv, que afirmou que foram ouvidas “explosões” na cidade. Autarcas destas regiões avançaram que os mísseis desta terça-feira atingiram “infra-estruturas críticas de energia”.
“Ataques a uma infra-estrutura crítica. Ainda não há informações sobre vítimas. Devido a danos nas instalações, há problemas com o fornecimento de energia. O transporte terrestre está parado”, Ihor Terekhov, presidente da Câmara de Kharkiv, disse que já há engenheiros a tentar resolver a situação.
Maksym Kozytskyi, autarca de Lviv, também disse que “há problemas no fornecimento de electricidade na cidade”, referindo que 80% da cidade está sem luz, água ou aquecimento. “O inimigo atingiu uma infra-estrutura crítica de energia na região de Lviv. Há interrupções nos serviços das operadoras móveis. Permaneçam em abrigos. Ainda há perigo.”
Além de Kiev, as cidade de Kryvyi Rih, Poltava e Cherkassy, no centro do país, Odessa e Mikolaiv, no sul, e Zhytomyr, no norte, também foram atingidas por mísseis nesta terça-feira, de acordo com os governadores locais e regionais.
Também o autarca da cidade de Sumy, Dmytro Zhyvytskyi, disse que foram colocados em curso cortes de emergência da electricidade como resultado de “ataques inimigos em Sumy e na restante região”.
O alerta antiaéreo foi accionado em todo o território ao início da tarde devido a possíveis ataques com mísseis. Horas antes, os responsáveis das administrações regionais de Kryvyi Rih, Oleksandr Vilkul, e de Mykolaiv, Vitaly Kim, referiram um lançamento massivo de mísseis a partir de território russo.
De acordo com Yuii Ihnat, porta-voz da Força Aérea ucraniana, foram disparados mais de cem mísseis contra a Ucrânia, uma quantidade que supera os 84 disparados pela Rússia na ofensiva de 10 de Outubro – até agora o maior ataque aéreo do conflito.