Argentina vence Portugal e festeja título mundial em casa

Selecção portuguesa chegou a ter uma vantagem de dois golos, mas permitiu a reviravolta e desperdiçou a hipótese de se tornar bicampeã.

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World Skate

A Argentina é a nova campeã do mundo de hóquei em patins. A jogar em casa, em San Juan, a selecção sul-americana venceu Portugal numa final entre velhos conhecidos, por 2-4, e conquistou o título pela sexta vez na história, a primeira desde 2015.

Num pavilhão Aldo Cantoni totalmente preenchido, com mais de 8000 espectadores, o jogo foi lançado nas bases expectáveis: a Argentina com uma intensidade tremenda e sempre a forçar as saídas rápidas, Portugal a procurar ataques mais prolongados e a fazer uso da meia distância nos instantes iniciais.

Seria precisamente com um remate de fora da área, logo aos 2 minutos, que Henrique Magalhães inauguraria o marcador. De costas para a baliza, Hélder Nunes soltou a bola e o defesa/médio do Sporting rematou de primeira, com a bola a entrar junto ao poste.

Do lado argentino, Gonzalo Romero e Lucas Ordoñez também recorriam com frequência às stickadas de longe, procurando abrir o bloco adversário. E quando conseguiam furá-lo, Ângelo Girão crescia na baliza - o guarda-redes do Sporting teve duas defesas de altíssimo nível durante o primeiro tempo.

Num jogo com muitas quedas, algumas a tentarem forçar a marcação da falta, a dimensão física também se revelava importante e Portugal foi gerindo melhor os ritmos do jogo, procurando desacelerar e jogar com mais critério em ataque posicional. Mas seria novamente num remate de meia distância que chegaria o 2-0, outra vez por Henrique Magalhães.

Faltavam 10 minutos para o intervalo, tempo suficiente para João Rodrigues desperdiçar o 3-0, num 2x1 após uma transição, e para a Argentina reduzir, a 1m20s do apito, por Pablo Álvarez, após uma jogada individual por trás da baliza.

Com tudo em aberto no segundo tempo, e com o pavilhão ao rubro, assistiu-se a um par de ataques rápidos de parte a parte. Os guarda-redes levaram a melhor, mas um cartão azul a Telmo Pinto (por falta sobre Carlos Nicolía) levou o argentino do Benfica para a marca de livre directo e para o empate (2-2), aos 6 minutos.

Portugal não se descompôs e João Souto esteve próximo do 3-2 - Conti Acevedo (guarda-redes do OC Barcelos) mostrou serviço -, mas seria Pablo Álvarez a bisar, recuperando uma bola a meio-campo e surgindo isolado diante de Girão: o guarda-redes português viu a bola escapar-se lentamente por baixo do corpo.

Os termos da equação invertiam-se e era a Argentina que tentava agora fazer ataques mais prolongados, obrigando o adversário a desgastar-se. Renato Garrido pediu um desconto de tempo, Girão defendeu uma mão-cheia de remates (incluindo um livre directo de Nicolía, pela 10.ª falta), mas do lado contrário Acevedo também esteve em grande nível.

Numa altura de risco total, em que abdicou do guarda-redes para forçar, no último 1m30s, o 5x4, Portugal sofreu a machadada final, num contragolpe em que Ezequiel Mena rematou para a baliza vazia (2-4). Faltavam 12 segundos e a festa nas bancadas estava para durar.

Portugal deixou fugir, assim, a possibilidade de igualar a Espanha como recordista de títulos, enquanto a Argentina se redimiu da derrota sofrida na final de 2019, em Barcelona.

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