Sem-abrigo: “Não sou um rato que gosta de viver num buraco”
São empurrados para a rua pelo álcool e pela droga, pela falta de saúde mental, pela violência, pela precariedade. Em Lisboa e no Porto, surgem novos sem-abrigo e a procura por alimentação dispara.
As tendas alinham-se debaixo do viaduto de Santa Apolónia. Entre algumas, forma-se uma espécie de sala de estar. Com cadeiras em roda, uma mesa ao meio, mantas, móveis e outras bugigangas encontradas pela rua e que podem dar jeito ou algum dinheiro. Há um pinheiro de Natal e um presépio. Os vasos de suculentas adornam a entrada de casa. É uma noite fria, desconfortável, de Novembro. Chove torrencialmente. Passa da meia-noite e Tânia e Márcio ainda não dormem, apesar de a hora do despertar ser dali a poucas horas.
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