Crédito à habitação volta a aumentar e juros sobem para 2,23%

Em Setembro, montante de novos empréstimos às famílias para habitação e consumo superou os dois mil milhões de euros. Juros dos depósitos voltaram a cair.

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Pedidos de empréstimo, incluindo habitação, voltam a subir Adriano Miranda

As famílias pediram e os bancos concederam mais crédito em Setembro, apesar da subida das taxas de juro no crédito. Em contraste, a rentabilidade dos depósitos até 12 meses voltou a cair, para 0,05%, depois da ligeiríssima subida em Julho, para 0,09%.

De acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal (BdP), as instituições de crédito concederam 2006 milhões de euros de novos empréstimos aos particulares, mais 136 milhões de euros do que em Agosto, um crescimento registado nas finalidades para compra de casa e crédito pessoal. Nos dois meses anteriores, o volume de crédito tinha ficado abaixo deste patamar.

Para compra de casa, os bancos emprestaram 1338 milhões de euros, mais 121 milhões de euros que em Agosto, e a taxas mais altas. A taxa de juro média dos novos empréstimos à habitação subiu para 2,23%, acima dos 2,01% de Agosto, correspondendo a um máximo desde Outubro de 2015.

“Esta evolução está em linha com a subida das taxas médias da Euribor em Agosto”, refere o BdP, tendência que se agravou, de forma significativa, em Setembro e Outubro, mas que apenas será visível nos empréstimos mais recentes.

No crédito à habitação concedido em Setembro verifica-se o domínio quase total das taxas variáveis, que estão em forte subida. Assim, 87% foi feito com a Euribor a seis meses (42%) ou a 12 meses (45%), com algum crédito concedido ainda a três meses (5%). Apenas 8% foi concedido a outras taxas, ou seja, a fixas ou a mistas.

O peso do crédito 12 meses concedido desde 2015, quando as taxas começaram a entrar em valores negativos, mostra uma mudança significativa no stock de empréstimos à habitação existentes em Portugal. Assim, o indexante mais comum passou a Euribor a 12 meses, destronando o prazo a seis meses, historicamente presente. De acordo com os dados do supervisor, 43% do total do crédito está indexado à Euribor a 12 meses, 28% à Euribor a seis meses, e 22% a três meses. Com taxas fixas ou variáveis está apenas 7% do crédito existente, o que mostra elevada imprevisibilidade sobre os custos dos empréstimos da casa.

Entretanto, e como o PÚBLICO já noticiou e fica evidente nos dados de Setembro, os bancos estão novamente a voltar-se para a Euribor a seis meses, por esta se encontrar mais baixa que a de 12 meses, embora a diferença se ter vindo a esbater, uma vez que este prazo tem sido dos que mais tem subido no último mês, e tem revisões periódicas mais rápidas, ou seja, a cada seis meses.

O crédito ao consumo, boa parte dele contratado nos pontos de venda, ascendeu a 467 milhões de euros, em ligeira queda face 482 milhões verificados em Agosto.

Já o crédito pessoal, uma parte do qual tem servido para suportar parte da compra de casa não coberta pelo crédito à habitação, nomeadamente para assegurar a chamada entrada, subiu para 201 milhões de euros, mais 30 milhões que no mês anterior. Normalmente, este crédito mantém uma evolução de subida ou descida muito próxima do crédito à habitação.

A taxa de juro média nos novos empréstimos ao consumo foi de 7,85%, ligeiramente abaixo dos 7,94% em Agosto.

Os novos depósitos a prazo de particulares ascenderam a 3901 milhões de euros em Setembro (4124 em Agosto), dos quais 3445 foram aplicados em depósitos a prazo até 1 ano, remunerados a uma taxa de juro média de 0,05%, depois de 0,7% Em Agosto e 0,09% em Julho.

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