O assalto ao Coque, duas estrelas Michelin, liderado por Mario Sandoval e pelos irmãos Rafael e Juan Diego foi rebuscado: ladrões entraram no restaurante através da farmácia ao lado.
O restaurante Coque é um clássico de Madrid, com duas estrelas Michelin, ligado a uma família com pergaminhos gastronómicos e onde brilha mais alto o chef Mario Sandoval. Além do prestígio da cozinha e do espaço, a garrafeira é outra das estrelas. No domingo à noite ficou mais pobre, com o roubo de garrafas de vinho avaliadas em cerca de 200 mil euros, noticia o El País.
O roubo foi realizado com os ladrões a entrarem no espaço da farmácia vizinha e na adega do restaurante através do pátio que partilham. Segundo Rafael Sandoval, o irmão responsável pela garrafeira, em afirmações ao canal Antena 3, foram roubadas 132 garrafas de vinho. O restaurante teria mais de “3000 referências e 12 mil garrafas”, refere-se no Instagram do Coque.
Numa visita da Fugas ao restaurante, há dois anos, a garrafeira era também alvo de destaque: “Encaminham-nos para a garrafeira, onde ficamos com uma ideia da quantidade e diversidade de vinhos que existem no Coque”, escrevia Alexandra Prado Coelho — “entre as mais de dez mil referências, há vários portugueses, o Coche, o Redoma e o Conciso ou o Batuta, da Niepoort, o Sidecar de Susana Esteban, um Quinta do Noval ou um Esporão, para além dos Porto e Madeira”. Rafael Sandoval não precisou, porém, os rótulos “escolhidos” pelos ladrões.
Segundo adianta o El País, citando fontes policiais, os larápios “foram directos ao vinho”. A tal ponto que “não há indícios de que tenham levado algo mais” senão as garrafas.
Um roubo com foco preciso (efectuado na madrugada do dia em que o Coque está de folga, segunda-feira) que nada tem de inédito, muito menos em Espanha: um dos roubos mais mediáticos ocorreu em Julho passado, por coincidência também noutro dois estrelas Michelin, o do hotel Atrio de Cáceres.
Na altura, noticiava-se que um casal se hospedou no hotel e aproveitou para assaltar a adega, tendo levado garrafas avaliadas a preços de venda em 1,6 milhões de euros – uma delas, assinale-se, um Chateau d’ Yquem de 1806, custaria perto de 300 mil euros.