Taxas Euribor despedem-se de Outubro com mais uma subida

Médias mensais subiram cerca de 0,4 pontos face a Setembro, agravando novos empréstimos e os que forem revistos em Novembro.

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Subida das taxas Eribor dificulta compra de casa

As taxas Euribor reforçaram nesta segunda-feira a tendência de subida que se tem verificado desde o Verão, agravando as médias de Outubro. A média mensal da Euribor a três meses fixou-se em 1,428%, a taxa de seis meses em 1,997% e o prazo de 12 meses ficou nos 2,629%, valores que serão utilizados em novos empréstimos associados a estas taxas e nas revisões que ocorram ao longo do mês de Novembro.

Face aos valores avançados pelo PÚBLICO neste domingo, calculados sem os dados desta segunda-feira, apenas a média da Euribor a seis meses sofre uma variação muito ligeira, de 1,99% para 1,997%, não alterando praticamente nada da simulação feita para um empréstimo à habitação de 150 mil euros, com um spread ou margem comercial do banco de 1%, a 30 anos.

Com as médias da Euribor a seis e 12 meses (arredondadas à milésima), a prestação daquele empréstimo sobe, respectivamente, 40% e 51,9%, face ao valor que resultou da última actualização. No prazo a 12 meses, praticamente o único utilizado nos últimos anos, o aumento é de 234,12 euros na prestação, passando e de cerca de 450 euros para 684 euros.

Face às médias de Setembro, as subidas são de cerca de 0,4 pontos, uma vez que que se tinham fixado em 1,011% (três meses), 1,596% (a seis meses) e 2,233% (12 meses).

Para além da média mensal, os valores fixados na sessão desta segunda-feira evidenciam nova aceleração. O prazo a três meses atingiu 1,704%, mais 0,063 pontos do que na passada sexta-feira, renovando novo máximo desde Março de 2009. Este prazo aproxima-se rapidamente dos 2%. Refira-se que os contratos de futuros sobre a Euribor a três meses, um tipo de instrumento financeiro que existe apenas para este prazo, apontam para valores de 2,245% em Dezembro e 2,72% em Março de 2023.

A taxa a seis meses, uma das mais utilizadas em Portugal nos créditos à habitação, subiu para 2,130%, mais 0,096 pontos, contra um novo máximo desde Fevereiro de 2009.

O prazo de 12 meses avançou para 2,630%, mais 0,063 pontos do que na última sessão, ligeiramente abaixo dos 2,778% já verificados no corrente mês. Esta taxa está em máximos desde Dezembro de 2008.

As taxas Euribor estão a acompanhar a subida das taxas do Banco Central Europeu. O último aumento decidido pelo banco central foi de 0,75%, colocando a taxa de juro de refinanciamento do BCE (a taxa a que o banco central empresta dinheiro aos bancos comerciais no curto prazo) em 2% e a taxa de juro de depósito (a taxa a que os bancos comerciais podem depositar as suas reservas no banco central) em 1,5%. No centro das preocupações do BCE, está o controlo da inflação.

Com a subida das taxas directoras, o BCE pretende travar a inflação na zona euro, o que ainda não é visível. A estimativa do Eurostat, publicada nesta segunda-feira, aponta para novo recorde este mês, chegando aos 10,7% em Outubro após 9,9% no mês passado.​

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