Pelo menos 149 mortos e mais de 150 feridos devido a multidão descontrolada em Seul
Celebrações do Halloween terminam em tragédia na capital da Coreia do Sul. É a maior tragédia em tempo de paz no país desde o naufrágio do Sewol.
Pelo menos 149 pessoas morreram e outras 150 ficaram feridas em Seul, capital da Coreia do Sul, espezinhadas e sufocadas por uma multidão que celebrava o Halloween na noite de sábado, avançou a agência Yonhap. Entre as vítimas mortais, sobretudo adolescentes e jovens adultos, há 19 cidadãos estrangeiros.
O desastre aconteceu no bairro boémio de Itaewon. Segundo o New York Times, estima-se que mais de 100 mil pessoas estariam concentradas naquela zona de ruas pedonais ladeadas de bares, restaurantes e discotecas. Era a primeira grande celebração desde que a Coreia do Sul decretou a retirada de muitas das medidas de contenção da pandemia de covid-19.
O esmagamento das pessoas terá acontecido numa rua mais estreita, em declive, junto à estação de metro de Itaewon e ao hotel Hamilton. Impelidas pela força da multidão em movimento, milhares de pessoas empurraram quem estava à frente, com muitas vítimas a acabar por cair ao chão, morrendo esmagadas. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram ruas apinhadas, sendo audíveis os gritos de pânico.
Centenas de socorristas foram mobilizados para o local, submetendo um número indeterminado de vítimas a manobras de reanimação em plena via pública. Em mais de uma centena de casos, o esforço foi infrutífero. Noite fora, a imprensa sul-coreana mostrou dezenas de corpos debaixo de lençóis azuis, alinhados nas mesmas ruas onde horas antes se celebrava.
Um pavilhão desportivo da zona foi transformado numa morgue improvisada. Há ainda um grande número de vítimas nos hospitais de Seul, colocados em alerta máximo pelo Presidente Yoon Suk-yeol, que ordenou uma investigação às circunstâncias do desastre e às condições de segurança daquele e de outros festivais de rua. O chefe de Estado presidiu a uma reunião dos serviços de emergência, de acordo com o Korea Times.
O número final de vítimas poderá subir no domingo, com as autoridades sul-coreanas a admitirem que o cenário no bairro de Itaewon “ainda é caótico”, dificultado pelo intenso trânsito na zona e o elevado número de pessoas que permaneciam na rua, apesar de um apelo difundido pela autarquia, por mensagens de telemóvel, para que regressassem rapidamente a casa.
Esta será a maior tragédia em tempo de paz na Coreia do Sul desde o naufrágio do Sewol, que vitimou quase 500 pessoas em 2014, a maioria estudantes.
Chefes de Estado enviam condolências
À semelhança de outros chefes de Estado, como Joe Biden ou Emmanuel Macron, Marcelo Rebelo de Sousa enviou este sábado ao homólogo sul-coreano Yoon Suk-yeol uma mensagem de condolências e solidariedade pela tragédia em Seul.
“Ao tomar conhecimento da terrível tragédia ocorrida em Seul, o Presidente da República apresentou as suas sentidas condolências e uma palavra de reconforto e solidariedade às famílias das vítimas, em mensagem enviada ao Presidente da Coreia”, lê-se numa nota publicada na página oficial da Presidência da República.
O Governo venezuelano foi outro dos que se solidarizou com os familiares das vítimas e com o povo da Coreia do Sul e num comunicado fez votos de rápida recuperação dos feridos.