Agência abandona Kanye West, documentário cancelado

Continuam as reacções às posições anti-semitas e racistas de Kanye West.

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Kanye West tem coleccionado polémicas Reuters/KEVIN LAMARQUE

Um documentário sobre Kanye West, agora Ye, foi cancelado devido aos mais recentes comentários anti-semitas do rapper norte-americano, foi anunciado na segunda-feira, dia em que a agência de talentos CAA deixou de o representar.

“Não podemos apoiar nenhum conteúdo que alargue o seu palco”, informaram os executivos do estúdio MRC, Modi Wiczyk, Asif Satchu e Scott Tenley.

Kanye West foi recentemente impedido de publicar textos anti-semitas no Twitter e no Instagram por violar as políticas daquelas redes sociais, tendo anunciado a intenção de comprar a rede social Parler, associada aos apoiantes de Donald Trump.

O autor de Donda também sugeriu que a escravidão era uma escolha e disse que a vacina contra a covid-19 era a “marca da besta”. Num podcast sobre o documentário da conservadora Candace Owens, The Greatest Lie Ever Sold: George Floyd and the Rise of BLM (numa tradução literal: A Maior Mentira Alguma Vez Vendida: George Floyd e a Ascensão do [movimento] Black Lives Matter), Ye disse que George Floyd morreu por causa do abuso de drogas.

“O joelho do tipo [o agente Derek Chauvin​, considerado culpado de homicídio e condenado a 22 anos e meio de prisão] nem sequer estava sobre o pescoço”, afirmou West.

No início de Outubro, Kanye West foi criticado por usar uma camisola com a inscrição “White Lives Matter” ("as vidas dos brancos importam”, frase associada ao movimento supremacista) para exibir na Semana de Moda de Paris. A façanha valeu-lhe duras críticas por parte da editora de moda global da Vogue e resultou na decisão da poderosa Anna Wintour, directora da revista, de virar as costas ao estilista.

Tanto cancelamento do documentário como o afastamento Wintour aconteceram apenas alguns dias depois de a casa de moda francesa Balenciaga ter cortado a sua relação comercial com Kanye West.

Também o director executivo da United Talent Agency (UTA), Jeremy Zimmer, condenou a atitude do rapper e denunciou o seu anti-semitismo.