Lúcido, inteligente e “exemplo de serenidade política”. Partidos e Governo reagem à morte de Adriano Moreira
Nuno Melo diz que o antigo líder do CDS “marcou os lugares por onde passou”, quer no Governo, na Assembleia da República, na Universidade ou no partido. O Governo destacou a “participação política e cívica” de Adriano Moreira e afirmou que “a democracia se soube reconciliar” com o ex-ministro do Ultramar.
O presidente do CDS-PP, Nuno Melo, referiu-se a Adriano Moreira como sendo uma “personalidade fundamental do século XX e do início do século XXI” que marcou todos os lugares por onde passou e cujo exemplo deixado é preciso saber seguir.
Em declarações à agência Lusa a propósito da morte de Adriano Moreira, Nuno Melo manifestou “muita tristeza” por este desaparecimento, mas sublinhou “a consciência de se estar a falar de alguém que é não só uma referência maior do CDS como também uma personalidade fundamental do século XX e do início do século XXI” em Portugal.
“O professor Adriano Moreira teve uma longa vida, mas teve uma longa vida que felizmente nos deixa cheios de exemplos”, enalteceu, evidenciando que o antigo líder “marcou os lugares por onde passou” quer no Governo, na Assembleia da República, na Universidade ou no CDS.
“E por isso nós temos apenas não só de o recordar como principalmente de lhe saber seguir o exemplo”, enfatizou.
O PS assinalou o “momento de tristeza” com a morte de Adriano Moreira, um “destacado intelectual, que detinha já um século de existência marcada pela dedicação ao pensamento crítico e académico e à intervenção política e cívica”.
Adriano Moreira “deixa-nos o testemunho da sua inteligência materializado nas várias obras que publicou e no seu percurso académico, estreitamente ligado ao actual Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), que dirigiu e ajudou a reformar”, afirma PS em comunicado, divulgado na tarde deste domingo.
“As distinções que recebeu (doutor honoris causa por várias universidades e membro de várias Academias de Letras, Ciências, História e Cultura), tal como as condecorações que lhe foram atribuídas – a Grã-Cruz da Ordem de Camões de Portugal, em 2022, seria a última de uma longa lista – evidenciam a marca de lucidez e determinação que deixa em Portugal”, acrescenta o texto.
Por sua vez, a Iniciativa Liberal (IL) salientou o “exemplo de serenidade na política” que foi o antigo presidente do CDS, uma postura que manteve “quando incompreendido e quando consensual”. “Adriano Moreira, tanto para dizer e seria sempre pouco. Um exemplo de serenidade na política, quando incompreendido e quando consensual”, enalteceu, o líder parlamentar da IL, Rodrigo Saraiva, através de uma mensagem na rede social Twitter.
Para a porta-voz do PAN, Adriano Moreira foi uma das “personalidades históricas da política” e era “reconhecido pelos diferentes quadrantes políticos”.
“Professor universitário, advogado, governante, conselheiro de Estado. Reconhecido pelos diferentes quadrantes políticos, Adriano Moreira tornou-se numa das personalidades históricas da política do nosso país”, escreveu Inês Sousa Real na sua conta na rede social Twitter.
André Ventura, presidente do Chega, anunciou que vai apresentar na Assembleia da República um voto de pesar pela morte de Adriano Moreira, que considerou ser “um verdadeiro senador” da política portuguesa e um “pensador incomparável”.
“A morte do professor Adriano Moreira deixa-nos a todos mais pobres. Um verdadeiro senador da política portuguesa e um pensador incomparável. Esteve dos vários lados da barricada e a todos enriqueceu tanto. Vamos apresentar no Parlamento um voto de pesar”, escreveu André Ventura na sua página pessoal da rede social Twitter.
O Livre lamentou a morte de Adriano Moreira, representante de “um campo político muito diferente” do partido, mas considerando que a sua memória é “merecedora do maior respeito”, pelas “qualidades de intelectual, democrata e humanista”.
“Grande estudioso de política internacional e do direito, com um destacado percurso académico, Adriano Moreira representou sempre um campo político muito diferente daquele onde se inscreve o Livre. No entanto, o seu percurso no Portugal democrático, onde representou os seus valores e princípios, é digno do respeito de qualquer democrata”, lê-se numa série de três publicações partilhadas na conta oficial do Livre na rede social Twitter.
“Foi, nos últimos anos, presidente da Academia de Ciências. Pelas suas qualidades de intelectual, democrata e humanista, a sua memória é merecedora do nosso maior respeito”, acrescentou.
Também o Governo apresentou as condolências pela morte de Adriano Moreira, que se destacou “pela sua intervenção política e cívica” e “com quem a democracia se soube reconciliar”.
“Advogado, académico, político, pensador atento ao lugar de Portugal no mundo, às questões de Segurança e Defesa e à realidade internacional, destacou-se pela sua intervenção política e cívica, com quem a democracia se soube reconciliar”, lê-se na nota de pesar publicada no portal do Governo.