Medina está de “consciência tranquila” sobre ajustes directos entre CML e Linklaters
“Ao longo da minha vida pública tomei milhares de decisões e tenho a consciência muito tranquila, plenamente tranquila”, diz o ministro das Finanças.
O ministro das Finanças, Fernando Medina, afirmou esta sexta-feira estar de consciência “tranquila” em relação aos ajustes directos assinados entre a Câmara Municipal de Lisboa (CML) e a sociedade de advogados Linklaters, garantindo não ter prejudicado o erário público.
“Ao longo da minha vida pública tomei milhares de decisões e tenho a consciência muito tranquila, plenamente tranquila”, afirmou Fernando Medina, em declarações aos jornalistas, à margem da audição na Comissão de Orçamento e Finanças, no Parlamento, no âmbito do Orçamento do Estado para 2023 (OE2023).
Em causa está a notícia divulgada esta sexta-feira pelo Correio da Manhã de que ministros e ex-governantes estarão a ser investigados por ajustes directos na Câmara de Lisboa, entre os quais Fernando Medina, antigo vereador e ex-presidente do município da capital.
De acordo com aquele órgão de comunicação social, na mira estão contratos assinados entre 2014 e 2018 pela autarquia lisboeta e a sociedade de advogados Linklaters, fundada pelo ex-ministro da Economia, Pedro Siza Vieira.
Ainda segundo o Correio da Manhã, os contratos foram assinados por Fernando Medina – quando era vereador –, Duarte Cordeiro e Graça Fonseca, também quando eram vereadores, já com Fernando Medina como presidente da autarquia.
Fernando Medina garantiu esta sexta-feira que todas as decisões que tomou foram no “cumprimento da lei, no cumprimento daquilo que é o interesse público, no cumprimento daquilo que é o interesse comum”.
Quando questionado sobre se garantia que nenhuma decisão prejudicou o erário público, o ministro das Finanças afirmou categoricamente: “Naturalmente tenho essa garantia.”
“Tenho a consciência tranquila não só da legalidade e da sustentação – e falo de todas as decisões que tomei ao longo da minha vida pública –, mas acima de tudo quanto à priorização do interesse público de cada decisão que tomei”, afirmou.
Numa resposta escrita enviada à agência Lusa sobre a notícia divulgada pelo Correio da Manhã, o agora ministro do Ambiente e da Acção Climática, Duarte Cordeiro, disse desconhecer “qualquer investigação em curso”.
“Desconheço qualquer investigação em curso, nem nunca fui ouvido a este propósito. Todos os procedimentos eram instruídos pelos serviços da Câmara Municipal de Lisboa”, indicou.