Loures irá investir entre nove e 10 milhões de euros na Jornada da Juventude
Ricardo Leão salientou a importância da devolução da frente ribeirinha de Loures aos munícipes depois da retirada dos contentores.
O presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão, disse nesta quinta-feira que a autarquia irá investir entre nove e 10 milhões de euros na Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 (JMJLisboa2023), que se realiza em Portugal em Agosto.
A edição de 2023 do maior evento realizado pela Igreja Católica, que contará com a presença do Papa, vai decorrer entre 01 e 06 de Agosto e terá as principais iniciativas na zona do Parque Tejo-Trancão, numa extensão de cerca de 100 hectares que abrange parte dos concelhos de Lisboa (Parque das Nações) e de Loures (Sacavém e Bobadela).
Em declarações aos jornalistas após uma visita à sede da JMJ, na antiga Manutenção Militar de Lisboa, no Beato (Lisboa), Ricardo Leão disse que “finalmente existe um memorando conjunto [entre] Igreja, Governo, Câmara de Lisboa e Loures”, e que a autarquia que dirige irá avançar com um investimento que “andará a rondar nove, 10 milhões de euros”.
Ricardo Leão, que esteve acompanhado do bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Fundação JMJ, Américo Aguiar, salientou também a importância da devolução da frente ribeirinha de Loures aos munícipes, lembrando que “anos após anos” cerca de 80 mil pessoas, “só naquela área envolvente”, estiveram impossibilitadas de usufruir do espaço devido à existência de contentores.
“O primeiro-ministro teve um emendar de mão, com a decisão do Conselho de Ministros, a qual eu agradeço imenso”, afirmou, referindo-se à retirada de parte dos contentores existentes no Complexo Logístico da Bobadela, e salientando que “só com um evento desta notoriedade e este impacto foi possível acontecer este milagre”.
O autarca frisou ainda que a jornada será, porventura, “o maior evento e com maior notoriedade que Loures irá ter”, além de que irá possibilitar que os 50 hectares onde irá decorrer sejam qualificados “com equipamentos para fruição e lazer que a população já merecia ter”.
Questionado sobre se as obras vão estar prontas a tempo de receber a iniciativa, Ricardo Leão frisou que a autarquia está a trabalhar desde o início nesse sentido, com uma equipa multidisciplinar, e garantiu que tudo irá estar pronto em Agosto próximo.
“Foi um milagre tirarmos dali aqueles contentores, não vai ser preciso um novo milagre para Loures estar pronta para receber o milhão e meio, dois milhões de peregrinos no nosso território”, referiu, avançando que no dia seguinte à JMJ vai apresentar “o futuro projecto para o parque verde”.
Eleito pelo PS há cerca de um ano, Ricardo Leão salientou também que pouco lhe têm importado “as siglas políticas partidárias” durante toda a sua vida política e lembrou que tem um acordo partidário de governação na câmara com o PSD, pelo que as diferentes cores políticas envolvidas na JMJ não têm “atrapalhado”.
“Não fazemos isso na vida autárquica, quotidiana e diária, muito menos faria com um evento desta importância. Estivemos sempre bem entendidos”, frisou.
Em 13 de Outubro, o Conselho de Ministros aprovou um montante de 20 milhões de euros de euros, mais IVA, para a organização da JMJLisboa2023, “reforçando as competências do grupo de projecto para a JMJ 2023 e garantindo a capacidade financeira para fazer face às novas responsabilidades que o Governo teve de assumir”.
Esta verba eleva a estimativa dos custos da responsabilidade do Governo com o evento para 36,5 milhões de euros.
O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), já manifestou a disponibilidade da autarquia de investir “até 35 milhões de euros”, mas exigiu uma clarificação sobre “quem faz o quê”.
Quando o autarca tomou posse, em 18 de Outubro de 2021, “havia apenas 11 milhões de euros no orçamento” da JMJ e “não havia mais nada, não havia qualquer protocolo ou qualquer entendimento entre o Estado, a Igreja e a câmara, de quem é que fazia o quê”.
Já este mês, o vice-presidente do município, Anacoreta Correia (CDS-PP), declarou que as obras “estão numa fase adiantada”, mas não existe ainda uma estimativa final para o investimento e para o número de participantes.
A JMJ, que será encerrada pelo Papa Francisco, esteve inicialmente prevista para este ano, mas foi adiada devido à pandemia.