A Womex traz o mundo a Lisboa

Entre esta quarta-feira e 23 de Outubro, a maior conferência e feira ligada às músicas do mundo traz consigo 2500 profissionais e 60 showcases de artistas de todo o mundo. Até domingo, Lisboa será a capital das músicas do mundo.

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Os Expresso Transatlântico leonor patrocinio
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Club Makumba vitorino coragem

Há um ano, quando a Womex (Worldwide Music Expo) aterrou pela primeira vez em Portugal, o espectáculo de abertura na Casa da Música, Porto, foi protagonizado pelos grupos Galandum Galundaina, Sopa de Pedra, Retimbrar e Seiva, escolhidos pela perspectiva que podiam oferecer sobre a apropriação contemporânea de pistas da música tradicional portuguesa, em especial da região Norte.

Sabendo-se já que a Womex ficaria em Portugal por mais um ano – da mesma maneira que foi anunciada há dias a subida até à Coruña em 2023 –, a curiosidade com a nova paragem, em Lisboa, seria perceber até que ponto o fado seria o convidado de gala da abertura pensada pela Why Portugal, com a curadoria da agência Produtores Associados.

Esta quarta-feira, com o arranque da 28.ª Womex, em Lisboa de 19 a 23 de Outubro, a abertura da maior conferência e encontro de profissionais ligados às chamadas músicas do mundo far-se-á, justamente, com uma jovem voz fadista – Beatriz Felício.

Depois, de acordo com um guião que se propõe mostrar outros exemplos de reinvenção da cultura portuguesa, actuam Club Makumba, Expresso Transatlântico e Júlio Resende, nunca perdendo de vista a referência fadista (ainda que a guitarra portuguesa de Gaspar Varela nos Expresso Transatlântico deva muito a uma atitude rock e à sonoridade dos Dead Combo, e o piano jazzístico de Resende nem sempre persiga o reportório fadista e de Amália em particular).

Aos Club Makumba, de Tó Trips e João Doce, caberá mostrar a face mais multicultural da cidade de Lisboa, nesta noite apresentada sob o título Lisbon Sounds – The New Traditional Lisbon.

Como é fácil de perceber pelo elenco do espectáculo que terá lugar no Teatro Tivoli, o foco da Womex é sobretudo na descoberta e na divulgação de novos artistas e novos projectos. É essa a natureza desde o início desta gigantesca conferência – que não é propriamente um festival –, dirigida sobretudo a um público profissional (agentes, managers, músicos, jornalistas, etc.) e composta por feira, debates, palestras, ciclo de cinema e um amplo programa de showcases.

É naturalmente nos showcases de 60 artistas provenientes dos mais variados pontos do mundo que se concentra grande parte da atenção – e da ligação da Womex ao público geral, com a venda de passes que dão acesso aos espectáculos nos cinco espaços em torno da Avenida da Liberdade (Tivoli, Cinema São Jorge, Coliseu dos Recreios, Cineteatro Capitólio e a tenda no Parque Mayer para a programação offWomex), e ao clubbing a ter lugar no Lisboa ao Vivo, bem como ao ciclo de filmes na Cinemateca Portuguesa.

Para o Teatro São Luiz ficou reservada a cerimónia de encerramento, no dia 23, momento em que será entregue ao músico búlgaro Ivo Papasov o Womex Artist Award que distingue uma carreira de excepção nas músicas do mundo – Papasov actuará ainda com a sua Wedding Band durante a sessão final.

À semelhança do que aconteceu na edição passada, a parceira portuguesa na organização da Womex – a AMG Music – voltará a apresentar o Lusofonica Stage, palco dedicado em exclusivo a músicos da lusofonia. Dessa programação fazem parte os portugueses Ana Lua Caiano, Duarte e Pedro Jóia, os brasileiros Bia Ferreira e Kastrup Quartet, a guineense Karyna Gomes, os luso-cabo-verdianos Prétu e Tito Paris, e as galegas Sheila Patricia.

As conferências e a intensa actividade da feira profissional que ocupa os dias dos 2500 delegados inscritos na Womex terá lugar na Altice Arena, espaço onde estarão presentes os stands de agências, gabinetes de exportação, artistas e demais estruturas ligadas às músicas do mundo, e onde as reuniões e os contactos informais são garantia de um constante frenesim antes de os concertos tomarem conta das noites da Womex.

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