Santos Silva garante que Jornada da Juventude “vai ser um sucesso” e que Portugal “está preparado”

Logística da organização do “Centro de Reconciliação” e da “Feira das Vocações”, na Jornada Mundial da Juventude, vai ficar a cargo do Governo e da sua Estrutura de Missão (EM), noticiou o jornal “online” 7 Margens.

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Augusto Santos Silva, presidente da Assembleia da República Daniel Rocha

O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, manifestou-se esta segunda-feira convicto de que Portugal “está preparado” para acolher a Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 (JMJ Lisboa 2023), acrescentando que “vai ser um sucesso”.

Augusto Santos Silva, que participou em Fátima na abertura do Encontro Preparatório Internacional da JMJ Lisboa 2023, que conta com mais de 300 delegados de mais de uma centena de países, sublinhou a importância do acontecimento, “quer pela dimensão – espera-se mais de um milhão de jovens – quer pela actualidade dos temas, quer por esta oportunidade de ouvirmos jovens falar sobre diferentes dimensões de natureza espiritual (...), mas também de natureza pública e social”.

“Já manifestamos todo o nosso apoio à Jornada, e em particular às iniciativas no âmbito das JMJ que estejam directamente relacionadas com a participação e educação cívica dos jovens”, disse o presidente do Parlamento, que reafirmou a disponibilidade de Portugal ser palco de iniciativas “de todas as religiões”.

“Nós valorizamos sempre todas as manifestações religiosas e valorizamos a influência cívica e social das religiões. Estamos de braços abertos para acolher esta realização da Igreja católica como temos estado de braços abertos para acolher outras manifestações de outras confissões religiosas que sejam compatíveis com os valores típicos de um Estado de direito democrático”, afirmou, destacando a “liberdade religiosa” consagrada na democracia portuguesa.

“Uma das mais belas características da democracia portuguesa é o facto de ela ser uma democracia em que um dos eixos principais é a absoluta liberdade religiosa: ter ou não ter crença, a liberdade de se escolher as crenças, de praticar privada e publicamente as crenças, a liberdade de mudar de crença. Tudo isso é garantido em Portugal”, afirmou.

Por sua vez, o cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, disse acreditar que a JMJ Lisboa 2023 é uma oportunidade de rejuvenescimento da Igreja, sublinhando que “é muito necessário proporcionar, não só à Igreja e aos jovens católicos, mas até à sociedade portuguesa (...) uma oportunidade de rejuvenescimento: outra maneira de estar, de conviver, falar, de dar opiniões, criar futuro. E uma Jornada Mundial da Juventude é uma ocasião óptima para isso”.

Por outro lado, o “desconfinamento” que os jovens estão a necessitar de fazer, é outra das metas que o cardeal vê no horizonte, “numa altura da sua existência [dos jovens] em que mais precisam de conviver”.

No encontro, o presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, o bispo auxiliar de Lisboa Américo Aguiar, deu conta da preocupação da organização em “esmagar ao máximo o que possam ser os custos a repercutir no que é o esforço de cada jovem, para que eles possam participar, mas com algum receio e algum medo dos preços reais da vida e das coisas em Agosto de 2023”.

Esta declaração seguiu-se à revelação por parte de Duarte Ricciardi, secretário executivo do Comité Organizador Local da JMJ Lisboa 2023, de que os participantes irão pagar 235 euros para usufruírem de toda a semana da Jornada, 125 euros é o que pagarão os que optarem apenas pelo fim-de-semana, enquanto os voluntários, por duas semanas, desembolsarão 145 euros. Esta verba é destinada a assegurar o alojamento, a alimentação, os transportes nos concelhos onde se realizam as actividades da jornada, bem como o seguro e o kit do peregrino.

Os trabalhos deste Encontro Preparatório Internacional, que esta segunda e terça-feira decorrem em Fátima, e terminam no dia seguinte com uma visita a locais relacionados com a realização da jornada, tiveram na abertura a presença do prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida (Santa Sé), cardeal Kevin Farrell, que sublinhou a importância da iniciativa num contexto pós-pandémico.

“É talvez uma das mais importantes [jornadas] nos últimos 30 anos, porque é renascer de novo, depois de um longo tempo”, após a Jornada do Panamá, em Janeiro de 2019, disse o cardeal Kevin Farrell, sublinhando que a Jornada Mundial da Juventude é o “maior acontecimento juvenil” do mundo.

Na sessão de abertura foi também projectado um vídeo com uma mensagem do Papa, que saudou os participantes.

Entretanto, o jornal “online” 7 Margens, noticiou esta segunda-feira que a logística da organização do “Centro de Reconciliação” e da “Feira das Vocações”, na JMJ Lisboa 2023, vai ficar a cargo do Governo e da sua Estrutura de Missão (EM), no âmbito do aumento de verba decidido na última reunião do Conselho de Ministros.

“Essa é uma das principais novidades no âmbito das competências da EM criada pelo Governo para acompanhar a preparação da JMJ e que é liderada por José Sá Fernandes. A par daquelas duas novas competências, caberão também ao grupo de projecto governamental “a distribuição de água, a disponibilização de bens e serviços multimédia, as instalações sanitárias para o recinto central”, bem como a “aquisição de outros equipamentos necessários à organização” das diferentes iniciativas da JMJ”, acrescentou o jornal.

Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para a próxima edição da Jornada Mundial da Juventude, que vai decorrer entre os dias 1 e 6 de Agosto de 2023, com as principais cerimónias a terem lugar no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures. A iniciativa, que será encerrada pelo Papa, esteve inicialmente prevista para este ano, mas foi adiada devido à pandemia.