Diz-se que o Santuário de Elefantes Reteti (em Samburu, no Quénia) serve de casa à segunda maior população de elefantes do Quénia. Tem sido um porto seguro para estes animais, mas a seca que assola o país tem dificultado a acção de quem trabalha neste santuário: há cada vez mais crias de elefantes que têm de ser resgatadas por terem ficado sem progenitores como resultado directo da seca no Leste de África. O fotojornalista da EPA Daniel Irungu mostrou através de fotografias o destino dos elefantes num país fustigado pela seca.
Como se noticiava em Julho, a seca está a matar mais elefantes no Quénia do que a caça furtiva, que foi em tempos uma das maiores ameaças para estes animais. Segundo as autoridades, a crise causada pela falta de água está a matar 20 vezes mais elefantes do que a caça furtiva.
O cenário é ainda mais gravoso porque os elefantes são animais de grande porte, que precisam de vastas paisagens para pastar. Os adultos chegam a consumir 300 quilos de comida e mais de 50 litros de água por dia.
Aquela que é a pior seca em 40 anos está também a ameaçar a vida selvagem da região e os esforços de conservação. Além dos elefantes, há girafas, camelos, cabras e rebanhos de gado que morreram por causa da fome e da seca.
Mas não só: os campos de cultivo ficaram secos e as zonas com água são cada vez menores, agudizando os conflitos na região. Milhões de pessoas estão famintas e as famílias têm cada vez mais dificuldade em conseguir pôr comida na mesa. A seca junta-se à escassez de alimentos causada pela guerra na Ucrânia, que aumentou os preços dos cereais.