A seca no Quénia está a matar os elefantes

A pior seca no Quénia em quatro décadas está a ser grave para a vida selvagem do país. Muitos elefantes têm morrido e as suas crias ficam desamparadas. O fotojornalista Daniel Irungu fotografou as crias resgatadas por um santuário no Quénia.

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Crias de elefantes resgatadas alimentam-se de folhas DANIEL IRUNGU/EPA
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Um elefante resgatado brinca na areia depois de ter sido separado dos seus progenitores DANIEL IRUNGU/EPA
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Um elefante no Santuário de Elefantes Reteti DANIEL IRUNGU/EPA
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Um elefante morto possivelmente por causa da seca DANIEL IRUNGU/EPA
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Humano
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Mamífero
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Diz-se que o Santuário de Elefantes Reteti (em Samburu, no Quénia) serve de casa à segunda maior população de elefantes do Quénia. Tem sido um porto seguro para estes animais, mas a seca que assola o país tem dificultado a acção de quem trabalha neste santuário: há cada vez mais crias de elefantes que têm de ser resgatadas por terem ficado sem progenitores como resultado directo da seca no Leste de África. O fotojornalista da EPA Daniel Irungu mostrou através de fotografias o destino dos elefantes num país fustigado pela seca.

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Uma cria de elefante chamada Naesemare, que se estima ter um mês de idade, brinca com o seu tratador no Santuário de Elefantes Reteti DANIEL IRUNGU/EPA

Como se noticiava em Julho, a seca está a matar mais elefantes no Quénia do que a caça furtiva, que foi em tempos uma das maiores ameaças para estes animais. Segundo as autoridades, a crise causada pela falta de água está a matar 20 vezes mais elefantes do que a caça furtiva.

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Um elefante recém-resgatado depois de ter sido separado da sua mãe é acariciado pelo seu tratador Kiapi Lakupanai DANIEL IRUNGU/EPA

O cenário é ainda mais gravoso porque os elefantes são animais de grande porte, que precisam de vastas paisagens para pastar. Os adultos chegam a consumir 300 quilos de comida e mais de 50 litros de água por dia.

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Os tratadores alimentam os elefantes com leite depois de terem sido separados dos seus progenitores DANIEL IRUNGU/EPA

Aquela que é a pior seca em 40 anos está também a ameaçar a vida selvagem da região e os esforços de conservação. Além dos elefantes, há girafas, camelos, cabras e rebanhos de gado que morreram por causa da fome e da seca.

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A cria Naesemare é alimentada DANIEL IRUNGU/EPA

Mas não só: os campos de cultivo ficaram secos e as zonas com água são cada vez menores, agudizando os conflitos na região. Milhões de pessoas estão famintas e as famílias têm cada vez mais dificuldade em conseguir pôr comida na mesa. A seca junta-se à escassez de alimentos causada pela guerra na Ucrânia, que aumentou os preços dos cereais.

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Tratadores seguram Naesemare para cuidarem das suas feridas DANIEL IRUNGU/EPA