Uma festa para Tozé Brito na Altice Arena

Pela primeira e única vez, o disco de tributo Tozé Brito (de) Novo é levado a palco esta quinta-feira, na Altice Arena, em Lisboa. Benjamim, um dos produtores, explica como.

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Tozé Brito, um autor com mais de meio século de canções RODRIGO CABRITA

Um ano após o lançamento do disco Tozé Brito (de) Novo, chega a palco este tributo a um autor que já soma mais de meio século de canções. O concerto, marcado para esta quinta-feira na Altice Arena, em Lisboa, às 21h30, conta com praticamente todos os participantes no disco, à excepção de Camané, por razões de agenda (tem um concerto no dia seguinte, no CCB): Ana Bacalhau, António Zambujo, Benjamim, B Fachada, Catarina Salinas, Joana Espadinha, Mitó Mendes, Miguel Guedes, Rita Redshoes, Samuel Úria, Selma Uamusse, Tiago Bettencourt e Tomás Wallenstein. Além de uma participação especial de Helena Coelho, ex-integrante das Doce. A produção, tal como no disco, está a cargo de Benjamim (Luís Nunes, músico e compositor) e João Correia (baterista em várias projectos).

Será, dizem os promotores, um concerto único, apresentando o disco “pela primeira (e única) vez” ao vivo, dada a logística que envolve a sua produção. É também, além disso, um concerto solidário, revertendo as suas receitas, na totalidade, para a entidade promotora, a Associação Novo Futuro que, segundo afirma, “acolhe 75 crianças e jovens em risco nas oito casas de acolhimento situadas nos concelhos de Lisboa, Cascais, Sintra e Gaia”. Em palco, a acompanhar todo o espectáculo, haverá uma banda de seis músicos. Além dos produtores, Benjamim (teclados) e João Correia (bateria), estarão António Vasconcelos Dias (teclados e guitarra eléctrica), José Vasconcelos Dias (teclados), Nuno Lucas (baixo eléctrico) e Pedro Branco (guitarra eléctrica).

Vozes certas

Lançado em 12 de Novembro de 2021, o disco nasceu de um convite feito àquele que veio a ser o seu produtor, Benjamim, como o próprio recorda ao PÚBLICO: “Foi basicamente um convite da Inês Meneses [radialista e escritora, casada com Tozé Brito], que queria fazer um disco de homenagem por altura dos 70 anos do Tozé. E disse-me que gostava que fosse eu a produzi-lo. Como percebi que não ia dar conta do recado sozinho, porque lidamos aqui com um património bastante rico, vasto e complexo, convidei o João Correia, que toca comigo na minha banda e é um músico extraordinário. Não é só baterista, toca tudo, e pareceu-me ideal para fazer os arranjos e imaginar as canções comigo.” A ideia de o levar um dia a palco sempre existiu, mas só agora foi possível concretizá-lo, de novo devido a um convite. “O Luís Montez e a Associação Novo Futuro desafiaram-nos a fazer a apresentação do disco num espectáculo solidário e pareceu-nos uma ocasião muito acertada para fazer isto.”

Quando o disco começou a ser pensado, a lista de eventuais participantes era bem maior, diz Benjamim: “Havia muita gente que podia estar neste disco, e que nós admirávamos, mas tivemos que reduzir a escolha ao que era possível. Mas houve coisas que surgiram na altura: por exemplo, o meu dueto com o B Fachada [em Olá, então como vais?] ou o da Mitó com a Ana Bacalhau [em Canção da alegria] foram ideias da Inês. O Tiago Bettencourt [Sábado à tarde] foi uma ideia gira, porque foi o Tozé Brito que assinou com os Toranja [grupo ao qual Bettencourt pertenceu] na Universal e pareceu-nos que era a voz certa para essa canção.”

Todas as canções do disco serão cantadas no espectáculo, diz Benjamim, à excepção da que foi gravada por Camané, Retalhos, que Tozé Brito compôs originalmente para Carlos do Carmo, com poema de Ary dos Santos. Onze canções, ao todo. “Percebemos logo que só isso não dava para um concerto, por isso quisemos convidar a Helena Coelho e vamos fazer canções das Doce com ela. Ela ficou bastante feliz e, no ensaio, quando tocámos o É demais, ela disse-nos que era a primeira vez que a cantava com banda, porque no estúdio gravavam as vozes com instrumentais já pré-gravados, em playback.”

Além disso, haverá também uma homenagem ao actor Orlando Costa (1948-2022), o Zé Gato da série televisiva, que morreu este ano, no dia 19 de Agosto. “Vamos cantar o Zé Gato, que era o genérico da série, escrito pelo Tozé a meias com o Jorge Palma, vamos também incluir o 20 anos, que ele escreveu com o José Cid e o próprio Tozé vai cantar uma canção que escolheu do seu repertório. É um espectáculo onde as pessoas se vão juntando no palco e vai acabar numa grande festa.”

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