Câmara de Lisboa organiza uma marcha e piquenique para os mais vulneráveis da cidade

Iniciativa é destinada às “pessoas de maior vulnerabilidade social”, tem lugar no Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza e inclui ainda um piquenique no Parque Eduardo VII. Associação co-organizadora diz que Marcelo Rebelo de Sousa marcará presença.

Foto
A iniciativa partiu da vereadora Laurinda Alves Nuno Ferreira Santos

Laurinda Alves, vereadora da Câmara Municipal de Lisboa (CML) com o pelouro Direitos Humanos e Sociais, entre outros, enviou um email para as juntas de freguesia para que estas divulguem “junto das pessoas de maior vulnerabilidade social” a realização de um “piquenique” e numa “caminhada/marcha” pela cidade, inserida no Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, que se celebra no próximo dia 17. “A iniciativa é direccionada para pessoas em situação de vulnerabilidade social,”, escreve a autarca.

A vereadora independente eleita pela Coligação Novos Tempos (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) explica que o evento será realizado “numa estrutura de três ‘etapas’”: “Parque Eduardo VII (período da manhã e almoço), caminhada/marcha (período da tarde) e Rua Augusta (encerramento no fim da tarde).”

No email, enviado no dia 29 de Setembro deste ano, é ainda explicado que se pretende “dinamizar, no período da manhã, actividades de diversas áreas (desporto, saúde, cultura, empregabilidade) junto à base do Parque Eduardo VII”, no lado esquerdo, no espaço relvado perto dos sanitários.

“O almoço, em formato ‘piquenique’, será distribuído aos grupos previamente inscritos, que receberão a senha de refeição no momento de chegada/acolhimento”, relata.

Já o ponto de partida da caminhada/marcha é o Marquês de Pombal/topo da Avenida da Liberdade e o ponto de chegada é o Arco da Rua Augusta, junto ao local da Laje em honra das vítimas da miséria, que é uma réplica da que está no Trocadero de Paris, comemorativa do movimento que nasceu no dia 17 de Outubro de 1987, onde também será feito o encerramento da iniciativa.

Laurinda Alves volta a lembrar que a divulgação do evento se destina às “pessoas em situação de vulnerabilidade social, acompanhadas nos projectos dinamizados” pelas juntas de freguesia, que devem ter um elemento a acompanhar os participantes, cujas inscrições terminaram no passado dia 9 deste mês.

A organização é da CML em parceria o Núcleo de Planeamento e Intervenção dos Sem-Abrigo de Lisboa e a Associação Impossible – Passionate Happenings.

No seu sítio na Internet, esta associação revela que o Presidente da República participará no evento. Serão, afirmam, “actividades ao ar livre, uma caminhada e um momento memória e compromisso, sem esquecermos a guerra na Ucrânia e a necessidade urgente de conseguirmos Justiça e Paz para todos” (…) que reúne “pessoas em situação de pobreza, exclusão social e sem abrigo, às quais se juntará o senhor Presidente da Republica, pelas 15h00, depois do almoço, para dar o ponto de partida” da marcha.

“A actual inflação, o crescente aumento do custo de vida (numa mistura de especulação em todas as áreas) têm-nos aproximado sempre mais de um abismo que coloca a nu a riqueza que não possuímos, que não temos sido capazes de produzir, e a nossa persistente-indigência-de-Estado-de-mão-estendida, dentro e fora da Europa. A solidariedade europeia não pode servir para infantilizar o país, a nossa economia e vida em sociedade”, dizem ainda os responsáveis pela Associação Impossible – Passionate Happenings.

Não é a primeira vez que se realiza uma iniciativa deste género. Em 2018, por exemplo, a câmara então liderada por Fernando Medina organizou, com a mesma organização, uma conferência e caminhada para assinalar o Dia Internacional da erradicação da Pobreza, que terminou com “o habitual Momento Memória na Rua Augusta, ao som da música de Roger Water e Franco Battiato, a dança da Escola de Dança Ana Mangericão (EDAM), a performance do Teatro Académico da Universidade de Lisboa e por fim, o canto mobilizador do grupo Shout”, escrevia a autarquia na altura.


Título alterado às 16h03 para maior clareza

Sugerir correcção
Ler 9 comentários