Angelina Jolie afirma que Brad Pitt a “agarrou pela cabeça e sacudiu-a”
Actriz relembra um incidente de 2016 no qual, acusa, o actor agrediu dois dos filhos. Episódio terá estado na origem do pedido de divórcio.
O caso era suposto ser sobre uma propriedade em França. Mas acabou de se transformar numa diferente batalha legal, depois de Angelina Jolie ter entregado documentos para juntar ao processo sobre a venda da sua participação na Château Miraval SA, uma empresa francesa constituída por uma casa e uma vinha, no Sul de França, onde os dois se casaram em 2014, em que descreve com detalhes o comportamento abusivo do ex-marido Brad Pitt, tanto contra si como contra os filhos.
Brad Pitt deu entrada, em Fevereiro, com uma acção contra a ex-mulher por esta ter vendido a quota que tinha na empresa depois de o casal ter concordado, segundo o actor, não avançar com a alienação da posição de cada um sem o consentimento do outro. Angelina diz ter informado, “com o coração pesado”, o ex-marido da sua intenção de venda; Brad acusa-a de o ter feito sem o seu conhecimento.
Agora, Jolie explica como Pitt procurou condicionar a venda da sua participação na adega com um acordo de confidencialidade que a teria impedido de discutir publicamente “o abuso físico e emocional de Pitt sobre si e os seus filhos”. A também embaixadora da Boa Vontade do ACNUR alega, em primeiro lugar, que não existia nenhum acordo entre os dois e que o ex-marido se recusara a comprar a sua parte a menos que a actriz consentisse com "uma mordaça inconcebível” relativamente ao comportamento de Pitt.
Nos documentos entregues e citados pela Reuters, a actriz descreve um episódio durante um voo num avião privado, em Setembro de 2016, durante o qual afirma que Pitt a “agarrou pela cabeça e sacudiu-a” antes de “empurrá-la contra a parede da casa de banho”. Pitt também “asfixiou uma das crianças e bateu na cara de outra”, lê-se no testemunho de Jolie.
Na época, as autoridades federais, que têm jurisdição sobre os voos, investigaram o incidente, mas não avançaram com qualquer queixa criminal. Dias depois dessa viagem, Angelina Jolie deu entrada com o processo de divórcio, lembra o New York Times.
No seu processo, Jolie disse também que o FBI investigou o incidente no avião e “concluiu que o Estado tinha causa provável para acusar Pitt de um crime federal”. Em Agosto, a Puck News noticiou que Angelina Jolie dera entrada com um pedido anónimo, ao abrigo da Lei da Liberdade de Informação, para conhecer os detalhes do relatório do FBI, que não terá avançado com a detenção do actor depois da intervenção de um procurador.
Até à data, Pitt não foi acusado de nenhum crime relacionado com o episódio do avião. Nem os advogados de Pitt nem o FBI responderam a um pedido de comentários por parte da Reuters.
O ex-casal, que chegou a ser conhecido por Brangelina, uma mistura do nome do actor com o da actriz, aproximou-se durante as gravações do filme Mr. e Mrs. Smith, em 2004, quando fizeram um par romântico e começaram a namorar meses depois. Então, Pitt ainda era casado com a actriz Jennifer Aniston, da série Friends, tendo-se divorciado em 2005. Em Abril de 2012, Pitt e Jolie ficaram noivos e o casamento foi celebrado em 2014.
Ao longo dos anos tornaram-se um dos casais mais poderosos da indústria de Hollywood, não só pelos filmes que fizeram, juntos ou separados; mas também pelo seu activismo social e político. Na altura em que foi conhecido o pedido de divórcio, Jolie alegou “divergências irreconciliáveis”, pediu a custódia dos seis filhos do casal, Maddox, Zahara, Shiloh, Pax, Vivienne e Knox, e dispensou pensão de alimentos.
Em Maio de 2021, um juiz deliberou a guarda conjunta para os cinco filhos menores (Maddox já tem 21 anos), mas a actriz apresentou documentos a atestar os abusos e um tribunal de recurso reverteu a decisão. Brad Pitt deu entrada com um pedido de revisão no Supremo Tribunal da Califórnia, mas este rejeitou a petição.