FC Porto reacende chama na luta pelos “oitavos”

Golos de Zaidu e Galeno dão primeiro triunfo à formação portista na fase de grupos.

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EPA/RUI MANUEL FARINHA

O FC Porto alcançou, esta terça-feira, a primeira vitória no grupo B da Liga dos Campeões, batendo o Bayer Leverkusen, por 2-0, como golos de Zaidu (69') e Galeno (86'), e emergindo no momento da verdade, em jogo com dois golos anulados e um penálti defendido por Diogo Costa. Os “dragões” entregaram, ainda, o último lugar do grupo ao Atlético de Madrid, que foi derrotado pelo Club Brugge.

A entrada do FC Porto, pautada pela determinação e autoridade indispensáveis para manter o Bayer Leverkusen em sentido, parecia, em tese, suficiente para condicionar os alemães. Contudo, rapidamente se percebeu que no subconsciente dos jogadores portistas pesava demasiado a condição de último do grupo e a responsabilidade de fechar a primeira metade desta fase com um triunfo, para continuar a alimentar a esperança numa qualificação para os oitavos-de-final.

E isso notou-se demasiado, essencialmente, na ligação entre o meio-campo e o ataque, afectada pelo receio de falhar, quando era preciso apelar à coragem e encurtar espaços de forma a retirar discernimento e a capacidade de consolidar o jogo dos “farmacéuticos”.

Para piorar a situação, o treinador do Bayer Leverkusen surpreendeu com uma linha mais pressionante na frente, apresentando três unidades com missões perfeitamente definidas, com Patrik Schick apoiado por Diaby e Hudson-Odoi, numa dinâmica que explorou bem as fragilidades dos laterais portistas.

O FC Porto perdia o ímpeto, assim como a confiança, e começava a definhar e a sofrer, acabando mesmo por ver os alemães a tomarem conta do jogo e até a marcarem um golo à passagem do primeiro quarto de hora, valendo, na circunstância, a intervenção do VAR para anular a felicidade dos visitantes por falta sobre Pepê no início da jogada.

Nessa altura já Wendell estava em sérias dificuldades físicas, franqueando o corredor a Diaby, por onde se desenrolaram alguns lances semelhantes ao que resultou no golo invalidado a Hudson-Odoi. Mas o brasileiro — que disputou mais de duas centenas de partidas pelo Leverkusen, entre 2014 e 2021 —, manter-se-ia em campo.

Esse momento terá ajudado a resgatar o FC Porto de um perigoso princípio de depressão, embora a primeira metade reservasse novos capítulos de uma saga que levou à quarta intervenção do VAR (que já tinha descartado um lance de área para cada lado por possíveis penáltis de Hincapié sobre Evanilson e de Wendell sobre Andrich).

Desta vez, para impedir que o FC Porto se colocasse em vantagem: Taremi iniciou uma jogada em que combinou com Evanilson e foi emendar o cruzamento de Pepê, batendo Hrádecky, que um minuto antes tinha negado o golo a Matheus Uribe. Só que, para desespero dos “dragões”, o lance fora precedido de um penálti (mão de David Carmo), facto que desfez a narrativa de que o FC Porto precisava para enfrentar os “fantasmas” desta Liga dos Campeões. Patrik Schick era chamado a bater Diogo Costa, mas o guarda-redes português salvou a equipa de uma desvantagem ao intervalo, defendendo um penálti demasiado cruel para os portistas.

Essa defesa seria decisiva para as ambições portistas, que na segunda parte saíram reforçadas por uma postura mais agressiva, com Taremi e Eustáquio a criarem problemas à defesa do Bayer Leverkusen. Igualmente decisiva seria a entrada em cena de Zaidu, a render Wendell no corredor de onde saiu o golo do FC Porto, logo após um lance em que o VAR voltou a descartar um lance sobre Evanilson.

O brasileiro armou o remate e foi tocado no pé, caindo na área alemã, perante a indiferença do árbitro. O FC Porto encontraria, porém, outros meios para chegar à vantagem, com Zaidu a finalizar de cabeça uma das jogadas mais bem construídas pelos “azuis e brancos”, com assistência perfeita de Taremi.

O FC Porto continuou a pressionar os alemães e a chegar com perigo à baliza de Hrádecky, com Eustáquio muito perto de confirmar o triunfo a oito minutos dos 90, em lance resolvido por Tah. Não arrumou a questão o internacional canadiano, decidiu Galeno, após nova assistência de Taremi. Otávio ainda teve a possibilidade de ampliar, mas falhou de forma clamorosa na zona de penálti, com o Bayer Leverkusen rendido.

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